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Juventudes partidárias – Um dos bloqueios democráticos

Era bom que nos momentos complicados para o regime e para a herança futura de um qualquer partido, houvesse mais jovens jotas que se demarcassem, que conseguissem contrariar críticas como a que se segue:

A avaliar pelo carneirismo e pela defesa fanática dos interesses do partido (geralmente justificando pecados com os pecados dos outros partidos!), pertencer a uma jota partidária, hoje, é um dos piores indícios curriculares para quem se queira abalançar numa carreira política.
Ou melhor, deveria ser, mas não é. Para os partidos, não é. Afinal os jotas são a matilha que há-de continuar a comer o rebanho dos eleitores nas gerações vindouras.

A melhor formação que o jota pode, em regra, esperar da sua organização baseia-se numa estranha ideia de políticos profissionais. Uma em que a formação começa com o confronto imediato com a trapaça eleitoral e com o espírito mercantilista ao serviço das vaidades e ambição mesquinhas de cada um. Qualquer vestígio de preocupação na formação cívica, na história política e nacional e no sentido de Estado não passam de breves e raríssimos precalços na carreira de um jota.

Ao jota que me lê empresto um conselho: se tiveres que ser fanático entretem-te com o clube de futebol e poupa esse bem escasso que é a racionalidade e o sentido de cidadania que tanta falta nos faz. Se o que procuras é um tacho, põe-te a pau, mais cedo ou mais tarde levas com ele em cima. O gado unidos jamais será vencido.

Sim, Armando Vara também foi um insigne jota com um longo currículo partidário. O único crime que cometeu foi ter caído nas más graças de Fernando Gomes que lhe lixou a vida denunciando as irregularidades da sua Fundação, em vez de o ter feito aos outros trezentos que também tinham fundações manhosas. Isto é o que se pode ler numa espantosa apologia do “A Voz do Nordeste” (procure “Vara” e chegará ao texto em questão).

3 replies on “Juventudes partidárias – Um dos bloqueios democráticos”

Pois é Rui…
… mas os jotinhas (de todos os partidos) sempre apreciam mais ser espantalhos com remunerações mensais de… 1500 euros ou mais, do que ousar criticar qualquer coisa, por mais mínima que discorde.

Essa realidade assenta em várias premissas que têm de ser minadas.
Uma delas é a de que com o embrulho apropriado qualquer espantalho será eleito: os eleitores comem tudo. E claro… Os que não votam não contam.

Se começar a haver um número crescente de pessoas atentas, o risco deste método aumenta e os espantalhos podem começar a espantar eleitores. Aos poucos vamos cominhando para aí, mas para já a úniica alternativa visível é o vazio, o assustador vazio, algo que funciona em proveito dos espantalhos. Até quando? Ou até que aconteça o quê? Crise… O défice é apenas um dos sintomas, a verdadeira crise está a montante e não vejo sinais de melhoras, antes pelo contrário.

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