A propósito do meu penúltimo post (A Soma Negativa) o Luís Novaes Tito oferece-me alguma réplica no excelente Tugir. Ora passem por aqui se fazem favor.
Permitam-me agora um breve apontamento em jeito de resposta.
Caro Luís,
Não acho que Guterres tenha sido o excelente primeiro ministro de que o Luís fala. Tal como não acho que o PS tenha feito a análise/a crítica devida – primeiro interna e depois projectada para o exterior por via de novas políticas – à sua anterior governação.
Atendendo a estas premissas, acho que o próprio partido não criou condições para poder apresentar Guterres sem traumas e sem afrontar todos aqueles que não tiveram o consulado de Guterres como excelente.
Se atentar ao que escrevi, caro Luís, verá que em nenhum momento ponho em causa o direito e o dever de um partido assumir o seu passado, nomeadamente dando lugar a Guterres num comício.
Digo é que essa aparição só faria sentido após um processo de aprendizagem e evolução do partido, uma preparação activa e não passiva (ao sabor dos efeitos do tempo). Se Guterres aparece, como apareceu, com todos a dizerem quão excelente foi a sua governação, fico preocupado. PS sim, o mesmo PS não.
Quanto a Durão Barroso ou Cavaco ou Santana e os seus cartazes: com o mal dos outros…
Escuso-me a ir pela história do pântano pois encontraria argumentos demasiado… pantanosos, parece-me contudo que a raciocínio do Luís quanto à causa-efeito me parece demasiado linear.
3 replies on “A governação excelente”
Caro Rui
Sobre a excelência do primeiro governo Guterres os eleitores tiveram oportunidade de se exprimir. Por muito pouco não lhe deram a maioria absoluta. Eu só votei uma vez, juro.
Quanto à auto-flagelação em relação ao segundo mandato, penso que o PS foi muito mais além do que qualquer outro partido em Portugal. Os portugueses responderam positivamente julgando esse facto com uma votação de quase 40%.
Quanto a Durão Barroso… é verdade que com o mal dos outros podemos nós bem… desde que os outros a pagar as favas não sejamos nós próprios, como foi o caso.
A memória é curta, caro Rui. A irresponsabilidade de Estado começou muito antes de Santana Lopes quando Durão Barroso andou por Bruxelas a prejudicar Portugal, com o objectivo de conseguir para si uma vitória eleitoral. Isto tem um nome que me recuso a dizer agora para salvaguarda da posição que ele ocupa em Bruxelas. Mas é bom que as pessoas não se esqueçam.
Quanto ao linear do Post, foi exactamente o que se pretendia. Linear e claro, para que não existam dúvidas do que está em causa.
Abraço
(também publicado no Tugir)
Autoflagelação, palavra curiosa…
A lição foi tirada entre a demissão de Guterres e a proposta de Ferro Rodrigues quatro meses depois?
Pois nem eu diria ser possível em tão pouco tempo conseguir o necessário distanciamento para retirar as lições do passado! E seguramente não foi pelas “novas” proposta de Ferro Rodrigues que na altura votei no PS.
Bom, mas falar destas “coisas”, nesta altura é, de facto, complicado. As trincheiras estão aí e é a altura delas. Enfim, faço como o outro, tugindo apenas, a mim não me calam: o que foi feito não bastou, chame-se-lhe o que se quiser. Ou se foi (Sócrates é ainda um mistério em muitos aspectos) não se vê… Mas a questão resolve-se. O Lopes voltou hoje a dar uma ajuda.
Abraço.
“…PS sim, o mesmo PS não.”
Adoro este país de gente jovem cheia de força. Ainda é neles que confio para que um dia haja uma VERDADEIRA MUDANÇA.
Um abração do
Zecatelhado