Jovem… Se achas lícito restringir o acesso de um cidadão com menos de 35 anos à possibilidade de se candidatar à presidência da república então terás de achar lícito qualquer regulamento de condóminos por mais “curiosos” que sejam os seus preceitos… E que tal sortear um condómino em cada ano para servir de repasto na ceia de Natal? Só lá compra casa quem quer, não é João Miranda?
Felizmente a nossa constituição – uma lei que livremente decidimos servir de referência para garantir e ao mesmo tempo limitar liberdades – não permite “americanices” desta laia, permitindo ainda assim, no limite, que um dia mais de meio país de Joões Miranda alterem este estado de coisas.

O João não é um liberal, é apenas um tipo absecado por tentar ver e fazer ver o mundo por uma construção teórica absolutamente lógica completamente desajustada ao meio que pretende servir: um espaço repleto de seres persistentemente complexos aos olhos dos seus pares, amiúde irracionais que inventaram o pensamento lógico. Parece-me até que presta um mau serviço ao que mais presa pois ao atirar a sua teoria como arma de arremesso para todas as causas e contextos retira-lhe a dignidade e obscurece as propriedades que tem em situações mais restritas.

Ou então o João anda apenas em busca de uma ajuda. De alguém que com ele encontre os tais limites, a perfeição de estado em que a teoria não esteja nem a mais nem a menos e seja apenas perfeita.
Mas isto sou eu a divagar armado em analista.

P.S.: Brincando (é melhor avisar) apetece-me dizer que o exemplo mais gritante de limitação de acesso a um condomínio que eu conheço – pela complexidade de ingresso e formas contratuais previstas – é o de um estabelecimento prisional. Não vai preso quem quer, apenas quem pode… Ora se estas limitações são lícitas então a defesa que o João faz do regulamento do condomínio deve ser válida, não?

Adenda: já há muito tempo que não tinha pachorra para dar troco de forma mais sistemática ao João. Hoje decidi recordar os bons velhos tempos. Estão à vontade para passarem pela caixa de comentários do Blasfémias. O debate fez-se por lá.

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