Conforme me prometi, eis o espaço para se eleger, entre os nomeados, o ministro mais indigno dos últimos dois governos (ver o pretexto aqui). Em tempos publicaram-se no Adufe dicas para memória futura, hoje parece-me um bom dia para refrescar essa memória. As decisões que se avizinham são algo ingratas e a responsabilidade dos senhores que se seguem e o seu comportamento deverá ser escrutinado com igual empenho… Para perspectivar as tantas graças e desgraças passadas e recentes e auxiliar na decisão e, também, para exemplo futuro, eis os nomeados exemplares em mau:
O bom pai – Martins da Cruz, Ministro dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas do XV Governo Constitucional
O bom amigo – Pedro Lynce, Ministro da Ciência e do Ensino Superior do XV Governo Constitucional
o bom tio – Isaltino Morais, Ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente do XV Governo Constitucional
O bom-bom – Morais Sarmento, Ministro da Presidência do XV Governo Constitucional; Ministro de Estado e da Presidência do XVI Governo Constitucional
A boa peça – Maria do Carmo Seabra, Ministra da Educação do XVI Governo Constitucional
Votem ou abstenham-se, a decisão é vossa, a caixa dos comentários está ao dispor.
Auxiliar:
Segundo o Houaiss Indigno é 1. não merecedor; não digno de; desmerecedor (…) 2. contrário à razão, às conveniências; impróprio, indevido (…) 3. que desonra (diz-se de acto, procedimento); indecoroso, torpe 4. fig. contrário à moral, às regras de decoro; inconveniente, indecente (…) ver sinonímia de canalha, deplorável e antonímia de merecedor (…)
18 replies on “O prometido…”
Falta o título de Ministro que nem chegou a aquecer o lugar: Arlindo Cunha. 2 meses.
Mais rápido, que me recorde, só Murteira Nabo, no tempo de Guterres.
Ele há personagens sobre quem nem se consegue perceber se já fizeram alguma coisa. Pelo nojo o meu voto vai para Morais Sarmento, pois então!
José Leonel
Hei, e o Amilcar Theyas ?
Voto nesse
sai comentário antipático.
acho esta votação e os termos em que a colocaste uma muito má onda. registo o baixo número de ecos (votos/opiniões) que um adufe muito lido e visitado tem neste “concurso”. Já agora gostava de saber, para além de antipatia política, porque raio Morais Sarmento é indigno (não merecedor, canalha). Pois aos outros foram aventadas razões. Posso discordar, posso achar o cúmulo da deselegância, posso não compreender (A min educação não entendo, e digo-o em sentido literal). Mas quanto a MSarmento acho espantoso o argumento junto.
Já agora, que merda de alternativa de pensar é esta?
Gostaria de poder votar emtodos, mas sei que não é possível.
Escolherei a D. Carminho, porque simboliza a total falta de preparação para a governação.
Fica-lhe bem o prémio como a imagem de marca da incompetência total deste governo.
Por uma espécia de carinho profissional (mas ao contrário!!!….) vejo-me obrigada a votar na Sra. Maria do Carmo Seabra.
Confesso que me detive na análise de tão importante naipe.´Trata-se de uma escolha difícil. Acabei por eleger a sra. d. Maria do Carmo. Foi bem a imagem da (a senhora d. carmo desculpará o plebeísmo) “cada tiro, cada melro”. Mas o melhor ainda são os seus finais de frase “pecebe?”.
Como diria o outro: SAFA, SAFA.
Departamento de Saúde Pública
AVISO Ã POPULAÃÃO
A PRAGA QUÃ?MICA
O SEU FILHO PODE ESTAR EM PERIGO!
Processionária em Força – A Praga Descontrolada
Em alguns casos o animal fica tão afectado que a única alternativa seja a eutanásia, pois será impossÃvel a sobrevivência com um mÃnimo de qualidade de vida.
E se o seu filho, de tenra idade, resolver agarrar nas Lagartas e pô-las na boca?
E na Escola, com a confusão que as caracteriza, será que os controlam?
Mais Informações DisponÃveis
Especialmente para o JPT:
Má onda é perder a capacidade de indignação, é pactuar com a perda da memória colectiva, é concordar com os encómios à dignidade política que se teceram de todos os senhores em questão – o género é importante.
Má onda é chegar a vésperas das eleições e não fazer a retrospectiva do que foi, não olhar além das últimas semanas, não recordar como foi difícil em alguns casos traduzir a indignidade em consequências condenatórias.
Má onda é afirmar uma alternativa, seja ela qual for, sem haver demarcação destes exemplos – já aqui referi bastas vezes outros casos que me causam igual indignação noutras áreas (Edite Estrela, Pina Moura…)
Foram indignos porque foram além da omissão , porque me ofenderam a inteligência um pouco mais do que admito, porque me encheram as medidas do que acho razoável e admissível no comportamento de um ministro e porque ao não serem recordados nesta altura de eleições o seu exemplo negativo não terá cumprido todas as penitências de sentido pedagógico que acho que merecem (esta últiam aplicável aos três primeiros).
Aos que estão e aos que vierem: recusar estes modelos políticos já será uma alternativa melhor.
Quanto a Morais Sarmento a gota de água advém do comportamento que teve na questão do descanso no Bom-BOm. Anunciar que põe o lugar à disposição para literalmente no minuto seguinte anunciar ELE PRÓPRIO que o primeiro ministro lhe pediu para ficar e que ele com grande sacrifício pessoal anuiu, discorrendo de seguida abundantemente sobre a vítima que é, é uma forma indigna de fazer política: ou se demitia ou lutava pela sua honra se sentia que as críticas que lhe faziam não eram justas, prestanto TODOS os esclarecimentos que os jornalistas, esses melgas irritantes, acharam interessante fazer-lhe. Mau teatro também pode ser indecoroso para um democrata e a indignidade que sobre ele racai não é muito diferente da que imputo ao primeiro-ministro. Assim que se calou o ministro vieram os seus pares elogiar-lhe a dignidade…
Quanto a Maria do Carmo Seabra, Mota Amaral já disse tudo (recordo ainda todo o processo de mentira na questão das listas de professores) mas ainda assim o seu é um tipo de indignidade menos valorizada e que nos leva mais fundo, ao descrédito das instituições (ah que palavras tão gastas!!!) e das bases da democracia, uma indignidade mais perigosa para aqueles que ainda esperam melhorar um bocadinho o regime que temos.
E depois caro JPT, por não viver no mal pelo mal quando aqui venho ao Adufe, espero que alguns dos que por aqui passem vejam a diferença e percebam a indignação genuína. Uma indignação que não quis confundir com a exaltação do calor do evento. O que sobrou de indignação dos últimos anos que pode servir de definição para aquilo que não quero.
E pronto, relatado este contributo empírico, segue a dança, por áreas mais afirmativas.
Refere à justificação do Rui (comentário anterior):
Acho que o Rui explicou muito bem e estou de acordo com ele. Unicamente em relação ao Morais Sarmento (figura pública com a qual antipatizo especialmente…) a indignação do Rui me parece um pouco mal sustentado. Deselegância não é indignidade.
Já agora: O meu voto vai para Matria do Carmo Seabra, pela suprema arrogância e o desrespeito das instituições. É um voto emocional, que não ignora que os comportamentos de Martins da Cruz e Pedro Lynce são muito mais graves e palpáveis.
Cheguei a duvidar se devia ou não participar neste desafio do Rui.
Agora, depois das explicações dadas, perdi qualquer dúvida e só não voto em nenhum dos visados porque os acho, a todos e cada um à sua maneira, indignos de representar o meu País.
Estranho especialmente que quem é tão pronto a adjectivar outros se mostre agora tão incomodado. Enfim, a coerência à portuguesa.
Fazes bem Rui. A indignação tem de ser publicitada. Ainda não somos um país de matraquilhos.
Ok, a tua justificação anda, aceito a tua visão que este concurso é uma forma de retrospectiva. Eu insisto, para mim a fulanização do “indigno” é deselegante (e, perdoar-me-ás, o requinte dos sinónimos em especial). Pelo menos da forma como o apresentaste fica ainda hermético (ok, eu estou fora, talvez apenas por isso, mas não consegui entender a min. da educação aqui – faltou-lhe o cognome?). Quanto a MSarmento aqui concordo com o Lutz. Mas para além da minha impressão de deselegância, que é minha, acho ainda que está aqui um efeito retórico muito desagradável: MArtins da Cruz tentou mudar uma lei para benefício próprio, Isaltino é um caso judicial. E as suas associações a dois individuos a quem tu desconsideras politicamente é o tal caso retórico que não me parece certo. Digamos, para facilitar em linguagem comment, que é uma diferença de natureza e não de grau. Isto é o que acho do concurso. Quanto a MSarmento no Bem-Bom acho uma patacoada o que se tem escrito, lá no meu cantinho fartei-me de o dizer: isto é o padrão, não uma excepção. [e, paradoxalmente, isto é quase um voto…]
Quanto a LNT, se aqui voltar, acho que não. Gostava que me lembrasse qual o político que chamei canalha, aquando faço a minha retrospectiva das trapalhadas socialistas. Porventura tê-lo-ei feito, também terei escrito sobre o direito à incoerência. Acima de tudo porque os receio, e isto sim é uma afirmação da sua (deles) canalhice. Escrevi às vezes sobre casos ligados à cooperação que acompanhei, e que considero imorais e anti-patrióticos. E escrevi a LNT em privado alguns outros casos, fundamentados na MINHA opinião/experi~encia. Portanto este seu tiro foi ao lado – mas acredito que possa dar outro mortal, claro.
Caro JPT (desculpa lá o abuso, Rui)
Entre canalha e pulha é pouca a diferença. Quanto ao resto a arma está de câmara vazia. Já verifiquei três vezes.
Hoje o que está a dar é o queijo Limiano.
A indignação é a mesma, a motivação é distinta, isso é certinho. Quanto à “deselegância” da fulanização resulta da carência de responsabilização, da tentativa imediata de mistificar a gravidade das situações. Em termos de indignação quanto a comportamentos políticos acho que pecamos pela carência de “fulanização”. Como é óbvio, foi a minha indignação pessoal que trouxe os nomeados. Os cognomes pertendiam ser tudo menos herméticos, pretendiam substituir um retrato detalhado dos casos de cada ministro apelando ao leitor para fazer esse mesmo esforço de memória e assim julgar a minha selecção.
Quando faço a avaliação de quem exerceu condignamente o seu cargo é seguro que se misturem motivações distintas, mas a indignação liga-os. Pode haver pessoas/leitores indiferentes ao padrão de Morais Sarmento ou mesmo ao padrão da cunha de Pedro Lynce / Martins da Cruz e que se indignem com a desfacatez com que a Ministra da Educação trata o parlamento ou com a pouca seriedade (veja-se o que se disse de David Justino e em que ficou o inquérito que este desencadeou) e competência com que abordou a questão da colocação dos professores. Dai o voto… Eu tenho genuina curiosidade em saber o que mais indigna os leitores: O currupto? Aquele sobre o qual recai o libelo judicial? O incompetente? O contorcionista (esta é para o Morais Sarmento)?
Pois Rui, não vou continuar a discutir. “Pode haver pessoas indiferentes a…” e isso resume, há vários critérios. E eu acho, e repito, que há aqui um alargamento de critério que me é desagradável (lá estão os critérios), um alhos e bogalhos (ou bugalhos, nunca sei). E acho que a fulanização / responsabilização não vai por tops de canalhice. E acho também que este tom não é normal tom do Adufe – mas isto são muitos “achares” meus em casa alheia.
LNT uma coisa é dizer que há pulhas na blogosfera, outra radical é fazer um top de pulhice e meter lá o LNT, o JPT e mais meia dúzia. E se mais houver a dizer que não seja em casa neutra.
” e outra radicalmente diferente é fazer…”
Eu só gostava de adivinhar quais serão os futuros postos políticos/públicos desses senhores todos. Parecem-me todos igualmente indignos de representar a nação, mas não duvido que, o mais tardar, quando este ciclo político mudar, voltarão a ser altas figuras do nosso país. E isto, para mim, é ainda mais indigno.
Também eu quero saber em qual vou votar. Que é o mesmo que dizer, o que privilegio na politica: a competência, a honestidade, a frontalidade? Diga-se em abono da verdade que o episódio em torno das actividades de mergulho de Morais Sarmento apenas evidencia um desnorte de últimos dias, últimos dias que toldam sempre o ententimento, mesmo em alguns espiritos mais frios e calculistas. Porque a avaliação negativa que faço do seu papel tem muito mais a ver com atitudes tomadas na comunicação social e muito especialmente na RTP onde ele foi – onde devia ser rigoroso – demagógico e ridiculo. Faltam aqui ainda, para mim, outros personagens: Paulo Portas, ele mesmo, Gomes da Silva, o outro, Teresa Caeiro e Luis Nobre Guedes. Num Governo que foi uma nódoa, escapam da negra lista dois ou três ministros.