Escreveu aqui onte a Ana C. a propósito da frase “As auto-estradas do interior facilitam a fuga das gentes do interior” que ontem ouvi (provavelmente no gozo) mas que há anos vai surgindo em debates pouco sérios:

“Vim agora do interior, mais precisamente da Cova da Beira. Essa das pessoas fugirem tem a sua graça, porque o que eu vejo é uma série de tripeiros a mudarem-se para o Fundão. E para isso as auto-estradas e as scuts ajudam. A comandita instalada no poder deria ser obrigada a passear-se pelo IP5 todos os dias para perceber a tragédia que é fazer uma viagem de poucas centenas de kms em 4 horas e meia… A alternativa CP não funciona. Para vir da Covilhã para o Porto há duas alternativas: ir pelo Entroncamento e demorar cerca de oito horas na brincadeira ou meter-se numa espécie de transporte de cowboys até à Guarda e demorar 6…

Outra coisa: não são aldrabas, mas sim aldravas. Aldraba é do verbo aldrabar. A minha fonte é o velhinho dicionário da Porto Editora dos meus tempos de liceu, o único em que confio nestes tempos atribulados de novas tendências tipo hambúrguer e óquei (que me recuso a aceitar). Sou tradutora de profissão, por isso sei do que falo.”

Quanto aos primeiros parágrafos faço os mesmos votos da Ana. Viaje-se pelo país e abram-se os olhos.
Quanto ao último, relativo às aldrab(v)as remeto a resposta para o Houaiss (vou reconfirmar ainda assim) e para o uso popular na parte da Beira-Baixa que conheço.
Batente, aldraba, aldrava… Tudo igual. Este país anda sempre com o bês e bês trocados 🙂

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