Há dois dias uma empresa de estudos de mercado ligou para minha casa pedindo colaboração para um inquérito de opinião.
Fruto de uma espécie de solidariedade de ofício lá me dispus a encarnar o papel de inquirido.
Queriam saber tudo sobre os resultados da minha exposição a publicidade relativa a bebidas não alcoólicas. Trezentas perguntas ou mais, pareceu-me. Um inquérito com pelo menso o triplo do tamanho que recomenda qualquer bem informado manual de Marketing &Estudos de Mercado! Só com grande paciência me dispus a aguentar todo o inquérito… Ponto a favor: a simpatia da voz feminina com pronúncia brasileira que fazia as perguntas. Uma garantia de melhores taxas de resposta descoberta recentemente.
Chegado quase ao fim pediram-me ainda para responder a três perguntas de um outro tema. É que me inseria no perfil de um outro inquérito. Se bem percebi faltavam-lhes jovens com formação académica ao nível da licenciatura (sobreviventes ao “massacre”).
E a primeira pergunta, se a memória não me falha, era tão só a seguinte:
O que acha dos norte-americanos:
Bem
Mal
Ou assim assim?
Pedi para que repetissem a pergunta, ri-me, chamei idiota ao feitor do enunciado do inquérito, julgo ter perguntado se tinha alguma coisa a ver com a Coca-cola e terminei respondendo que amava os americanos, do fundinho do coração.
Depois perguntaram-me:
O que achava da política externa americana? Bem, Mal ou Assim Assim?
E ainda outra pergunta a que invariavelmente deveria responder Bem, Mal ou Assim Assim, de novo sobre os Norte Americanos.
Tremo só de pensar que manchete de jornal sairá de tão brilhante(s) estudo(s). É que depois de tantas e tantas perguntas “sumarentas”, os norte-americanos surgiram mesmo a jeito como bode expiatório. Estive quase a dizer mal deles, por causa da Coca Cola, Fanta, 7UP, Sunny Delight, Sprite, Pepsi…