Há quem abra a porta e quem acene que não. Na realidade é proibido o motorista da Carris deixar entrar (ou sair) passageiros fora dos cais estabelecidos. Imagino que seja assim por razões de segurança, porque sempre foi assim, para garantir a fluidez do trânsito, para salvaguardar a comunidade de taxistas.
E se não fosse assim? Imaginem que os autocarros da carris estavam autorizados a tomar e largar passageiros sempre que circulassem em faixas Bus e desde que o veículo se tivesse imobilizado devido ao trânsito e suas regras, por exemplo, sempre que os autocarros parassem num sinal vermelho.
Imaginem também que sempre que um autocarro circulasse junto ao passeio, mesmo numa via não reservada a transportes públicos, poderia tomar passageiros nas mesma condições, ficando a decisão a cargo do motorista que melhor pode avaliar o tempo de imobilização esperado – quantos de nós não decoramos ao segundo o tempo que um determinado sinal vai estar vermelho? -e as condições da segurança.
Para sair (em regra é mais moroso e poderá atrapalhar de facto o resto da circulação de forma significativa) talvez fosse mais eficiente os passageiros esperarem pela paragem mais próxima.
Implementando este sistema acho que todos ganhariamos mobilidade no interior da cidade e o serviço da Carris ganharia seguramente mais adeptos.
Foi uma ideia que me ocorreu hoje quando vinha para o emprego circulando num autocarro conduzido por um dos motoristas que abre a porta fora das paragens em situações de congestionamento – apenas para tomar passageiros. Fê-lo em segurança e todos ficaram contentes, todos menos o taxista que vinha a trás. Pareceu-me tê-lo ouvido businar uns impropérrios. Mas caro taxista para mim os seus interesses verão sempre depois dos do autocarro. Demasiadas vezes aliás os taxis constituem constrangimento grave à circulação na cidade. Os pruridos que temos em regulamentar o autocarros são ridículos face ao liberalismo, de facto, com que vêmos tantos taxistas tratar o código da estrado e as mais elementares regras da boa conduta entre cidadãos