O que fazer no dia 29 de setembro?
Hoje acho que o atual SG do PS dará um péssimo PM. No dia 29 de setembro de 2014 não vou ter uma opinião diferente. Convenci-me disso durante estes últimos cerca de dois anos, não é propriamente algo que mude num estalar de dedos ou numa noite eleitoral. Se a convição não fosse tão forte, talvez o dia seguinte me fosse mais simples mas no caso, pessoalmente, há pouco a fazer.
Se a maioria dos militantes e simpatizantes do PS escolher aquele que acho será um péssimo PM para o país para concorrer às legislativas pelo meu partido tenho duas opções. Aceitar democraticamente a escolha e respeitar os estatutos do PS ou não aceitar e ir à minha vida. Em todo o caso garanto que manterei os níveis de hipocrisia em valores compatíveis com o meu amor próprio, de que esta breve prosa é aliás uma pública promessa. É simples. Qual é o drama?
Até lá há uma campanha pelo melhor para o país e para o PS em que faço questão de me envolver. Tenham uma boa semana!
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“Seguro apela a inscrição nas primárias contra a corte de iluminados de Lisboa” Jornal de Negócios
Eu sou pela inscrição nas primárias a favor de um país inteiro. Para que a política suba de nível. O urbano iluminado que há em mim entende-se perfeitamente com a raiz rural que muito prezo, raizes lá de Penamacor, vejam bem.
Eu vivo numa tensão pacífica e, espero (procuro), profícua. E tu? És do contra? Para termos alguém a colocar portugueses contra portugueses podemos deixar ficar o governo que lá está.
Quer participar nas primárias do PS e ter uma palavra a dizer, desde já, sobre aquele que poderá vir a ser o próximo primeiro ministro de Portugal? Inscreva-se neste sítio e inclua o seu nome nos cadernos eleitorais que vão dar-lhe direito de voto, permitindo a eleição nacional a realizar no próximo dia 28 de setembro. Não precisa ser militante do PS. Desde que se reveja a declaração de princípios do PS e, naturalmente, não esteja comprometido enquanto militante com outro partido, participe.
https://www.psprimarias2014.pt/
Além do compromisso para co ma democracia , estas sãos as declarações que se lhe exigem para garantir o sucesso destas primárias:
Declaro que pretendo inscrever-me como simpatizante no processo eleitoral de designação do candidato do Partido Socialista ao exercício do cargo de Primeiro-Ministro, cujo sufrágio terá lugar no dia 28 de Setembro de 2014, concordando com a inclusão do meu nome e outros dados pessoais nos cadernos eleitorais.
Declaro que concordo integralmente com a Declaração de Princípios do Partido Socialista aprovada pelo XIII Congresso do PS em Novembro de 2002 e que não me encontro filiado em qualquer outro partido político.
Autorizo que os dados pessoais constantes da presente ficha de inscrição sejam fornecidos às candidaturas para efeitos de envio de comunicações de natureza política no âmbito do processo eleitoral de designação do candidato do Partido Socialista ao exercício do cargo de Primeiro-Ministro
I
E que tal as primárias Rui? Tu até és fã?
Dava jeito, logo para começar, que em Portugal a figura de candidato a Primeiro Ministro tivesse algum reconhecimento eleitoral de facto e constitucional (já agora). Imaginem que o candidato entretanto eleito PM morre, como se resolve? Espera-se pelas primárias dentro do partido mais votado? E vota-se de novo em eleições gerais?
O que me parece é que isto foi tudo feito em cima do joelho, colado com cuspo e usado instrumentalmente no meio de uma crise.
Tudo bom para correr mal e destruir o potencial de uma boa ideia.
Uma enorme falta de tino aliada a um aguçado sentido de autopreservação não costuma dar bom resultado.
O dia seguinte será ainda mais difícil.
II
Acabei de ver a entrevista (de A.J. Seguro a Judite de Sousa).
Seguro é muitas vezes melhor, mais aguerrido, mais cheio de genica, um verdadeiro gineto, a batalhar contra adversários internos do PS do que a zurzir contra o governo. Ai lembra-se de colocar como compromisso para um novo contrato de confiança coisas como “permanecer na NATO”.
Mas não há impasse nenhum, em setembro, outubro, novembro ou dezembro faremos história com eleições primárias.
Até lá está tudo resolvido porque tudo isto se resume à ambição de uma pessoa (estou a citar).
Ora essa pessoa só pode ser… Eu. Só posso ser eu que neste momento quero ver outra direção no meu partido e um candidato minimamente competente para ser primeiro-ministro. Se mais alguém pensar assim temos um sarilho, avisem o SG que afinal havia outro e mais outro e mais outro…
Quem fala assim para e sobre os militantes do seu partido merece que nível de respeito dos próprios?
O descontrolo é total. Agora imaginem que tinhamos esta direção a comandar o governo do país. Imaginem uma situação de crise. Imaginem verdadeiras adversidades.
III
“Qual é a pressa?”
Terça-feira (?) resolveu juntar-se às primárias depois de há um ano ter desprezado o desafio de as discutir em congresso e de ter desvalorizado algum do trabalho que o próprio lipp vinha fazendo. Da direção disseram raios e coriscos remeteram para uma ponderada reflexão a fazer mais tarde. Aparentemente esse tempo chegou agora cheio de urgência mas sem abranger o cargo de SG, apenas o de candidato a PM. Agora far-se-á (numa semana?) o estudo comparado e depois se verá como definir simpatizantes como reorganizar os procedimentos a nível nacional como definir os prazos para inscrições. Estamos portanto a começar, apesar de haver propostas internas com mais de ano e meio que poderiam hoje – se tivessem sido levadas a sério – permitir um processo ágil. Assim não sendo o que o SG propõem é enviar o PS para meses de pântano, recusando a cada frase que o seu cargo esteja na berlinda.
Agora é só modernidade. Ideias próprias (!). Habituemo-nos.
O que sobrará do PS se dermos corda a tanta esperteza saloia? E do país se tivermos mais um PM com esta escola?