O Terras do Nunca contribui com a sua análise.
Segue excerto:

(…)
A Carta Aberta que publicou no DN poderia ter sido escrita por qualquer um de nós. Melhor, nos blogues e nos jornais escreveu-se aquilo e muito mais.
Mas Carrilho não antecipou nada, diz agora aquilo que toda a gente diz. E também não o faz no local certo. Limitou-se a assistir, a conveniente distância, ao afundamento do barco. Agora vem dizer que o barco está a afundar-se, mas nem sequer avança com propostas alternativas.
Já no tempo de Guterres fez exactamente o mesmo: pôs-se de fora, em nada contribuindo para as soluções, mas apenas para os problemas. Cavalgou a onda de críticas a Guterres, numa altura em que TODA a gente criticava Guterres. Nunca apresentou uma alternativa.
A cena repete-se. Após esta carta, vai passar para a oposição, vai escrever todas as semanas contra o PS, a direita vai dizer que ele tem razão, vai apresentá-lo como um socialista lúcido e os socialistas vão continuar a olhar para ele ainda com mais desconfiança.
Isto não leva a nada.

E agora mais alguma palavras minhas:
A carta de Carrilho poder-se-á até resumir a um fait divers. O mensageiro poderá não ser sequer um oráculo mas levou as questões lá para dentro, forçou o debate e uma tomada de consciência que levará ao que os próximos dias dirão.
Seja como for a minha dúvida permanece: Como é que com os obscuros ataques em presença, Ferro Rodrigues poderá conduzir o partido por entre acusação, instrução, julgamentos, recursos, violações de segredos e ainda assim conseguir apresentar aos portugueses a evidência que o discurso e as soluções fatalistas do actual governo não passam de terrorismo político? E que estão a provocar graves e duradouros danos ao país? Isto é humanamente realizável no meio desta guerra? Eu gostava que fosse (é sempre bom assistir a vitórias românticas, a uma grande vitória da democracia), mas (atendendo até ao facto de não gostar do desempenho global do PS na oposição) prefiro não pagar para ver.

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