Desta vez acho que o vizinho Pedro Adão e Silva (PAS), que leio regularmente na sua habitual crónica no Diário Económico, arriscou demais com base em dados de menos. Comparam-se alhos com bugalhos várias vezes e conclui-se tomando por base valores de sondagens que me parecem ser particularmente limitadas enquanto instrumento credível de análise neste cenário novíssimo de termos uma dúzia de candidatos à câmara de Lisboa, propostos a votos em meados do Verão.
Quando compara a subida do PS com António Costa de 10 pontos a mais que Carrilho (dados de uma sondagem) e constata a pujança da recuperação mesmo com Helena Roseta, temos, por um lado, a instável certeza da sondagem e, por outro, uma menorização do papel demolidor de Carrilho no último resultado eleitoral do PS. Não menosprezemos a catástrofe que foi Carrilho. Escreve a dada altura PAS:
"Com uma grande oferta eleitoral à esquerda do PS, a expectativa seria de um mau resultado socialista. Tal parece não ir acontecer."
A mim o que me parece é que haverá poucas condições para garantir neste momento seja o que for, quanto mais para lucubrar sobre o day after.
Subir 10 pontos apresentando uma figura de proa do partido, comparando com Carrilho, após Carmona, tendo ainda um paraquedista manifestamente desconfortável no papel pelo lado do PSD, será um bom resultado eleitoral, apesar de estarmos a meio da legislatura? E a secessão interna surge como majorante para a qualificação do resultado do PS? Enfim, é tudo uma questão de perspectiva.
Quando à questão das marcas partidárias que se abordam no texto parece-me um tema muito cá de casa, mas mesmo assim, particularmente oportuno para conversar no dia 16 de Julho de 2007.