Algum ex-governante deste país não enfia o barrete que se segue? Cabe ao actual governo, conseguir ser diferente. Está aqui tudo, nas linhas que se seguem. E na prática, temos o mesmo de sempre? 

" (…) E há a questão da gestão. Que é a mais importante para o futuro desta gente. Gerir funcionários públicos não devia ser assim tão diferente de gerir funcionários privados. É gerir recursos humanos, é liderança, avaliação, motivação, desempenho, é delegar responsabilidades, impor objectivos, potenciar talento, abrir carreiras, atribuir prémios, gerir expectativas.

Ninguém gere empresas dando aumentos, grandes ou pequenos, iguais para toda a gente. E é miserável atribuir 1,5% a toda a gente ao mesmo tempo que se lhe diz que as progressões automáticas estão congeladas, que as promoções são miragens pois o número de concursos abertos é insignificante, que as promoções por mérito estão na prática suspensas porque faltou avaliar toda a gente e assim não é possível, vai-se reavaliar o sistema de avaliação e depois logo de se vê… Safa!

É responsabilidade do Estado e obrigação do Governo desenlaçar os nós que atou e deixou atar. E depois fazer como as empresas: definir um aumento global e delegar nas chefias de topo a responsabilidade de decidir como são distribuídos esses aumentos. É isso que muitos gestores privados fazem: O% para os de desempenho medíocre, 1,5% para os medianos e mais do que isso para os que cumprem e ultrapassam objectivos ambiciosos, para os que promovem a inovação, para os que ajudam a melhorar a «performance» colectiva.

Para que serve 1,5%? É o suficiente para premiar o mérito, se for diferenciado. Assim, 1,5% não serve para nada. Ou melhor, serve. Serve para insultar toda a gente."

Pedro S. Guerreiro in Jornal de Negócios 

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