Se a lógica do cada um por si, perdão, “liberdade de escolha” na Segurança Social, na Educação, na Saúde vinga, uma “liberdade de escolha” onde eu terei a liberdade de contribuir só um bocadinho para o coletivo, em especial se ganhar suficientemente bem, ainda vou ter aqueles que me pagaram 16 anos de escola pública a pedir reembolso direto para as suas respetivas contas de aforro públicas que a PAF propõe.
Afinal esses, em relação aos quais, votando na PAF, terei a liberdade de escolher não lhes financiar boa parte das reformas vindouras, esses dos quais muitos já são reformados ou estão em vias disso, também podem invocar que deixaram de poupar para a reforma para pagarem impostos que me sustentaram a educação pública (ou semi-pública via contratos de associação com IPSS), a saúde pública, a Segurança Social e tudo o resto que contei como adquirido, da justiça à segurança pública passando pela defesa nacional e por todas as infraestruturas e serviços municipais e nacionais de que beneficiei durante décadas sem pagar um tostão.
Se é para encher a boca com a equidade intergeracional, convém não fazer por esquecer metade da história, ignorando o que é de facto a solidariedade intergeracional, algo que não se inicia no dia em que se começa a descontar para pagar as reformas dos nossos pais e avós mas que começou no dia em que nascemos, ou mesmo antes dele. Estamos todos no mesmo barco, desde sempre.
Conseguem perceber o que é exatamente caminhar para a “liberdade de escolha” que a PAF quer implementar?
Não é centro direita meus amigos, é já outra coisa. Não se arrependam do voto daqui a uns meses. Peçam esclarecimentos, informem-se não se acomodem com um “são todos iguais”.