“Que tal darem lugar aos mais novos?” Quem começa assim a sua argumentação é de facto um tipo de valor. Noutras terras e noutros tempos ouviam-se os mais velhos, dava-se-lhes até maior peso às palavras. Até porque já tinham errado mais, já tinham ganho tempo para se humildarem, para poderem antecipar causas e consequências. Emprestar saber, perder vaidade.
Aqui menoriza-se uma pessoa à cabeça pela idade que tem. É logo o argumento decisivo. Tau! És velho, asneiraste de certeza em tantos anos. Desaparece!
É uma reação natural, típica de alguma “juventude” mal formada, arrogante até a um cúmulo difícil de imaginar. Essa, contudo, dificilmente chegará a velha, dificilmente terá lições de jeito para partilhar e, enquanto “nova”, pouco mais fará do que disparar ao lado, empolgada pelo espelho-meu.
A humildade e o que se aprende no erro e no acumular do passar dos anos e das comédias e tragédias assistidas e protagonizadas provavelmente nunca os atingirão. Serão eternamente “novos” e impolutos. Uns merdas.