Estando aqui em Penamacor fui recuperar um pouco da história política recente do concelho e dos atuais candidatos às autárquicas e o caleidoscópio não podia ser mais curioso.

Se as minhas fontes não me enganam, o atual candidato do PSD/PT à Assembleia Municipal já foi Presidente da Câmara eleito (duas vezes) pelo PS e o atual candidato do PS à Câmara já foi eleito presidente da junta por uma coligação PSD/CDS/PT (ainda que em 2009 já tenha integrado listas do PS).

E depois há o caso de estudo que foi Penamacor quando outros só agora ameaçam ser com a proliferação de movimentos independentes oriundos de cisões partidárias. Não encontrem nada de pejorativo nas minhas palavras, é apenas uma constatação histórica e sociológica interessante.

Em suma, o que extrair daqui?

Que conhecer um pouco melhor este tipo de detalhes em éne concelhos do país ridicularizam qualquer tentativa de leitura nacional dos resultados eleitorais numas autárquicas. Os eleitores escolhem motivamos pelo seu melhor interesse e isso a nível local, para o bom e para o mau, só em parte tem a ver com a ideologia esperada da marca partidária que acompanha o proposto executante. E recorde-se que nas eleições para as câmaras vota-se mesmo na lista de executantes, de forma direta, algo que não acontece em mais nenhumas eleições.

Muita reflexão interna a fazer, para quem está dentro dos partidos e, acima de tudo, respeito pelos milhares de eleições autárquicas que vamos ter em setembro.

Publicado originalmente no 365 Forte.

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