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A liberdade ainda é uma criança.

Uma ironia qualquer.

Fez um cravo com uma palhinha, uns fiapos de papel vermelho e uma tira de fita cola verde.

Teve de responder com os demais, o que era a liberdade para eles. A professora comprometeu-se a fazer divulgar tal o saber da pequenada.

Veio o caminho a contar-me o que era o 25 de abril, quem tinha sido Salazar, coisas de que o pai haveria de ver nas notícias por estes dias. Tudo muito equilibrado e simples. “Salazar era um senhor que não se dava muito bem com as pessoas que pensavam pela sua cabeça.” “Chegava a mandar prendê-las, não era amigo da liberdade [que tinham acabado de definir do alto do seu saber de 5 anos]”. “No tempo de Salazar era difícil encontrar a cidade tão suja”.  O desafio fundamental da professora: O teu pai costuma ver notícias? Então pergunta-lhe o que foi o 25 de abril.

Tem 5 anos, frequenta uma IPSS de inspiração católica.

Perto de casa, não havia cravos de papel nas mãos de crianças também de 5 anos e mais que saíam da escola pública. Será que alguém lhes explicou o que era isso que ia dar nas notícias? O que está por detrás da pompa e da circunstância das cerimónias? O que justifica a festa e o encontro de tantos que insistem na celebração? Será que vão perguntar aos país quando e se eles virem notícias?

O melhor do 25 de abril persiste, resiste e há-de guiar-nos. A liberdade ainda é uma criança com não mais de 5 anos. Como deve ser.

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Algures por ali, no vídeo em baixo, assaltou-me um vómito, o nojo (atualizado)



A frase de Pedro Passos Coelho:

” ‎(…) são estas estruturas, que perduraram ao longo de muitos anos, que mantiveram muitas vezes as pessoas na dependência do Estado e na pobreza; dependentes, muitas vezes desde a criação de determinadas prestações, da esmola que o Estado lhes dá (…)”

O que o Estado dá é esmola, a esmola é a mãe da pobreza. Acabe-se com a esmola (sem nada que a supere) e acaba-se com os pobres. Se não tivessem inventado o Rendimento Social de Inserção não teríamos pobres. Parece ser esta a tese. Acabe-se com tudo isto que eles acabam… por morrer? Não sei. Não entendo!
Alguém com estas convicções, no meio de uma das maiores crises dos últimos 100 anos, é primeiro ministro do meu país. Um país que manifestamente é uma ficção. Eu vejo um filme muito diferente. Se ao menos pudesse mudar de canal… Resta-me o nojo e a liberdade de expressão.