O raciocínio de Vital Moreira parece-me razoável:
“(…) O Governo aumentou o IVA em 2005 como medida inevitável para sanear as finanças públicas. Conseguido esse objectivo antes do previsto (ganho de um ano), Teixeira dos Santos só não deve aliviar o IVA se a instabilidade da economia internacional não der margem para o fazer com um mínimo de segurança.”
But there’s a catch: convido-o a ler o que se está a passar com a redução não de um, nem de dois, nem de três por cento mas de 16 pontos percentuais de IVA aplicado às despesas com ginásios: “Ginásios não descem mensalidades com queda do IVA“. Espreite os comentários com os testemunhos na primeira pessoa. Há alguns pungentes também neste outro artigo:”Costuma ir ao Ginásio? Esta notícia interessa-lhe“.
Como, com que instrumentos, poderá o governo garantir que a eventual descida do IVA será passada para o consumidor (se é que esse é o objectivo de uma descida do IVA)? Tipicamente, uma descida de um imposto indirecto não é proporcional à subida e parece-me que no “contexto” nacional é ainda mais assim. Tratar-se-á de um detalhe mas que julgo deveria merecer algum cuidado especial se houver de facto uma redução do IVA. Não estou é a ver qual poderá ser minimamente eficaz, daí a pergunta.
5 replies on “'Bora lá descer o IVA?”
pois.
guterres em nome da competitividade do nosso turismo, da nossa rede hoteleira, em relação à vizinha espanha, também baixou o iva à hotelaria. o resto pertence à história (a esta história). os preços mantiveram-se na mesma; em espanha continuam baixos.
cumprimentos
Congelamento de preços durante o mês anterior à alteração e os 3 meses seguintes (períodos são mero exemplo)?
Parece-me que no curto prazo este tipo de medidas acaba por se concretizar numa transferência directa para o bolso dos empresários do sector. A médio e longo prazo veremos, mas continuo sem perceber a lógica de diminuir o iva num produto (ginásios) em que os consumidores são pouco sensíveis aos preços. Não estou a ver ninguém com 2 neurónios no cérebro pensar que haverá pessoas a correr para a prática desportiva só pq os preços desceram 15% (e se descessem…)
António,
A redução foi mais uma reacção do que uma acção. O “problema” é que era claromente permitido praticar 5% nos bilhetes cobrados a quem quisesse ir ver um fulano a fazer desporto (jogos de futebol incluídos) mas quem pagava para praticar o desporto tinha de pagar 21%. Ora a justificação para os 5% era para contribuir para prática desportiva e assim sendo não fazia muito sentido que os ginásios ficassem de fora. É claro que podes discutir globalmente se os 5% fazem sentido para bilhetes + ginásios.
Qunato às reacçãos dos utentes não tenho estatísticas para ver no que dá, mas pelas reacções que estou a apanhar no Economia & Finanças pelo menos há muita gente a “ladrar” e vão surgindo indicações dos ginásios que de facto reduziram os preços.
Tem graça, ontem à noite também tinha escrito sobre isto. 🙂
Para mim o mais preocupante é que à descida do IVA (sem consequências práticas para o consumidor, que pagará o mesmo que dantes) se siga, mais tarde, uma nova subida (governo novo, por exemplo) e que essa subida sim, venha a piorar a situação para os consumidores.
Essa eu não sabia. A culpa sempre é do futebol 🙂