Vale a pena ler este conto real de Tavares Moreira no 4ª República: "Delírio burocrático". É por estas e por outras que o Simplex tem de continuar.

Ofereço também os meus dois tostões. Fui pai há relativamente pouco tempo. Dirigi-me à conservatória e registei a minha filhota. Na altura deram-me um documento devidamente autenticado com selo branco  designado de Registo de Nascimento onde constam o nome, a identificação dos pais, a data de nascimento.

Hoje  (faz de conta que para o efeito é igual) apeteceu-me ir tratar do BI, mais vale prevenir pois sempre pode dar jeito numa escapadinha além pátria. Muni-me do dito documento, de fotografias da pequena, da dita pequena e chegado ao Registo Civil descobri que tenho que ir à conservatória pedir uma certidão de nascimento. Esclareceram-em que aquele documento designado de "Registo de Nascimento" que me deram no acto do efectivo registo é um pro-forma que não serve para nada. A certidão (que certificará que efectuei o registo de nascimento a tantos do tantos do dia tantos conforme está inscrito na página tantos) é que é.

Mais um caso do Estado a pedir ao cidadão informação do Estado, desprezando pelo caminho documentos do Estado que atestam o que se quer. Com estima, fica o recado para a vizinha. Mais um para ir levando essa sua tarefa interminável.

Discover more from Adufe.net

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading