A história é simples e passou-se durante a década de 90. Um colega de curso de Economia lá do ISEG/Universidade Técnica de Lisboa pediu um certificado de habilitações na secretaria. Regressou dias depois para levantar o documento e foi feliz e contente à sua vida… Até que reparou que o Certificado de habilitações era relativo a si, sim senhor, mas referia-se a um curso que não tinha frequentado. Onde se lia "Gestão" dever-se-ia ler "Economia".
Imaginem agora que este colega ia singrando na vida e que um destes dias, por temperamento, vocação e dedicação se virava para a política e… sei lá, chegava a Ministro…
Como a história é verídica (a história, não o cenário final) estou num dilema: aviso o José Manuel Fernandes e envio uma mug shot do meu amigo e colega para que se ponha na primeira página do Público ou não?
Porque é que meto o Público ao barulho? Passem por este texto equilibrado e muito esclarecido do Paulo Gorjão, "O Público e a licenciatura de Sócrates", e talvez percebam.
Adenda: e já agora, num registo talvez mais acutilante, Nicolau Santos no seu blogue no Expresso, Economista Poeta, com o artigo "Sócrates, Lewinsky e o Público".
10 replies on “Cursou Economia, saiu com certificado de Gestão (act.)”
É bastante menor a diferença entre Gestão e Economia do que não ter licenciatura e ter. E se não tivesse ido para a Independente, é mais que provável que tivessemos um primeiro ministro estudante.
Quanto ao seu colega, verificado o erro, é da mais elementar honestidade reportá-lo e repôr a verdade. Que quem nem numa coisa tão pequena é sério, nas coisas grandes, imagine-se.
Foi devidamente reportado, mas a imagem que me ficou na altura dos serviços administrativos e das “falhas nos processos” dão agora para muitas interpretações.
Quanto ao mais faço minhas as palavras do Paulo Gorjão.
Isto é Portugal no seu melhor, ah, ah, ah! Só a rir mesmo, porque já me acabaram as lágrimas. Então quer dizer que nos anos 90 alguém pediu um certificado de habilitações que apareceu com uma série de erros. E esse seu colega não foi reclamar à secretaria? Não era do interesse dele? Ou será que esperou que alguém lhe dissesse “Olhe, isto está mal”. Caramba, será que isto é só ingenuidade? Não me parece …
…
E se o Belmiro tivesse ganho a opa da PT “O Público” também teria feito esta investigação? Serei eu que vejo mal em tudo?!
Eu não iria tão longe. A Direcção do Público é suficientemente crescidinha para não ser confundida por correia de transmição Cecília. Eles são ruinzinhos por si só, não precisam do Tio Belmiro que provavelmente não teve nada a ver com este evento.
O Público não pára de se enterrar cada vez mais. Talvez um destes dias o patrão se resolva a intervir mesmo, mas de outra forma mais sanitária.
Parece-me absolutamente ridículo que a imprensa e mesmo antes, alguma blogosfera numa perspectiva de denegrir o actual 1º. ministro tenha vasculhado o seu passado recente académico para tentar provar não possuir o mesmo a licenciatura em engenharia. Isto porque julgo não ser para todos quantos pensam estar o mesmo a efectuar um bom desempenho como 1º. ministro, essa uma condição necessária para o conseguir. De resto em França e muito provavelmente noutros países por esse Mundo fora há e terá havido governantes sem possuírem habilitação académica de nível superior realizaram melhor trabalho
no exercício das suas funções que muitos outros que o possuíam. Não penso que seja por aí que vão conseguir denegrir a imagem do actual 1º. Ministro embora concorde não
ser legítimo estar o mesmo a usar dum título
para o qual não está devidamente habilitado.
Talvez isto ajude jornalistas, políticos e demais portugueses a simplificarem eliminando o tique de tratarem fulano de tal pelo título académico.
Acho que em vez de se tratar as pessoas pelo titulo académico, se poderia tratá-las por uma característica pessoal.
Assim, para o nosso primeiro, em vez de chamarmos engenheiro Sócrates podíamos chamar mentiroso Sócrates.
ó rui sorte a do teu amigo .saiu com o curso certo.