O Henrique Silveira (Crítico Musical) oferece-nos uma resposta ao repto que aqui lhe deixei (caso esmeralda + Luís Carmelo, que ele também abordou num mesmo post) e oferece-nos ainda mais qualquer coisa. Não vou promover a dialética porque julgo que o meio não é o mais adequado atendendo particularmente aos conceitos de relativismo, percepção da realidade, ilusões virtuosas, anarquismo (?) – whatever – e, claro, ao negativismo de Shopenhauer. Talvez numa almoçarada, cafezada ou coisa que o valha, que disponibilizam sempre maiores probabilidades de entendimento (ah a diferença que faz ter os sentidos alerta para tentar compreender o outro quando discutimos algo tão brumoso).
Naturalmente poderia cingir-me à parte do texto em que o Henrique se aproxima do concreto do momento (ver excerto mais abaixo) mas os seus pressupostos desarmam todos os meus argumentos da mesma forma que os meus desarmariam os dele (porque são manifestamente antagónicos dificultando o início de um diálogo entendível). Eu começaria por dizer que os pressupostos do Henrique o enleiam em inultrapassáveis contradições… Como comprender que use um conceito de "virtual" no seio do mundo diluído que propõe? Desconfio que ele poderia dizer algo parecido sobre a valorização que não deixo de atribuir e de defender relativamente ao uso da lei. Uma coisa é dizer que a lei existe (também) para se desrespeitar, outra é imputar-lhe todos os males do mundo porque o mundo, o Homem, seu feitor, é mau por natureza. Daí ser necessário partir pedra, a tal tarefa que, por agora, não me parece viável levar a bom porto por aqui. Deixo-vos o corolário do que o Henrique escreveu para permitir vislumbrar a dimensão da divergência.
"(…) Voltamos então ao ponto do comentário pedido: como comentar algo que é apenas virtual? Porque razão a invenção de uma realidade paralela é eticamente errada? Será errado promover um livro à custa da indignação alheia? Não acho. Tão egoísta é o burlador como o burlado caro Rui. Além disso que belas reflexões essa invenção de um real paralelo não suscitou?Sentir-me-ei enganado? Claro que não, a realidade, sob que forma for, nunca nos pode enganar. Podemos mudar de ideia ao mudar a nossa representação, mas o engano como acto ético valorativamente errado nunca poderá estar presente numa representação do mundo, válida como outra qualquer.E voltemos à criança, que no fundo é a única realidade que ainda está em contacto com a natureza íntima das coisas, próxima do estado natural, recém saída do uno criacional. Interessa-te Rui a felicidade de uma criança? A mim interessa e muito. É nessa felicidade que reside a esperança de um homem que pode vir a conhecer o caminho da eterna renúncia, longe da mesquinhez e do egoismo de ti, do Carmelo e de mim. Sem nos apercebermos… (…)"
11 replies on “"Como comentar algo que é apenas virtual?"”
O relativismo é… relativo. E perigoso, razão porque faço dele um uso analítico, apenas, e pontual.
Como o Henrique, não vejo por onde condenar à luz da ética (se houvesse uma na web, que não há e, Rui, nunca haverá porque o meio é demasiado pulverizado, resta-te a ética individual e éticas de grupo, aka acordos de cavalheiros) ou a qualquer outro holofote.
Não é fazer a respectiva apologia (a minha prática de duas décadas é muito apagada nesta matéria, reservada a uma elite muito reduzida) mas alguns das melhores momentos da Imprensa foram ficções — nalguns casos, capazes de mudar, ou ajudar a mudar, a História.
Os símbolos? Quantas vezes são ficções?
Não pretendo defender o Carmelo, que tem costas para isto e o que mais vier. Nem pretendo defender a minha posição: eu alinhei com todo o prazer e não vejo razão para agora desalinhar nem estou disposto a explicar as minhas escolhas privadas (ainda acabamos a discutir a ERC outra vez?)
Compreendi-te logo e percebo o teu olhar, Rui. Discordamos, embora eu intua que a discordância é capaz de ser menos acentuada do que parece: vamos deixar isto chegar ao fim para o balanço final.
Sim Paulo concordamos em discordar.
Valorizei e discordei E com isso pisquei o olho aos que poderiam pensar como eu quando me senti perante o que vi no momento. Não consigo perceber como houve quem visse nisso uma atitude policial (o Luís do Tugir por exemplo). Eu vi uma atitude de legítima defesa…
Dito isto, talvez haja um ponto – algo metafísico ou abstracto como de resto me parece ser a troca de argumentos que se estaria a propiciar daqui em diante – que mereça uma pergunta.
Pegando nas tuas palavras pergunto:
Há uma ética diferente fora e dentro da web (ou da blogoesfera)?
Deixa-me cá analisar o mais friamente possível esta questão(apenas usando os poucos factos que sei neste momento).
Luis Carmelo, escritor (portanto habituado oas meandros da ficção) pensou numa forma de utilizar a net para fazer uma forma “viral” de promoção ao seu novo livro. Um texto foi publicado que referia uma aparente notícia que envolvia terrorismo e uma jornalista portuguesa raptada. Portanto uma forma de marketing que utilizava a internet e os visitantes do seu weblog mas de uma forma não explicita (como algo a ser descodificado para se conhecer a sua verdadeira forma).
O texto foi pegado pelo seu lado de interrogação sobre um facto “real”.
Depois foi o “sururu” que se criou e nesse aspecto o marketing “viral” funcionou bem, mas o que Luis Carmelo talvez não tenha antecipado foram as reacções adversas de quem se considerou “enganado”.
O que penso eu de tudo isto ?
Talvez tivesse salvaguardado mais a forma de o ter feito (para evitar equivocos escusados), mas entendo que é um equilibrio difícl de conseguir. No final disto acho que Luis Carmelo foi inteligente na forma de lançar a “notícia” de lançamento do livro e talvez a voragem de reagir ao décimo de segundo de quase toda a gente (acho que esta bulimia de ter sempre algo para dizer ou escrever é mais nefasta do que outra coisa) tenha propiciado esta situação.
Acho que o Mário recentra bem as questões…
Acrescentaria só mais uma etapa à coisa: a minha reacção surgiu num momento seguinte (dois ou três dias depois) do começo da propagação e fez-se tendo consciência de boa parte dos factos que o Mário acabou de escrever (ainda que desconhecesse os objectivos reais da iniciativa).
Lamentavelmente, dirão alguns, critiquei o ruído adicional que estas situações provocam contribuindo (elas), na prática, para fragilizar um conjunto de princípios, de mecanismos de validação, de expectaivas que alguns pensariam não ser assim tão relevantes ou queridos pelos bloggers que por aqui andam. (Se bem que se assim fosse não percebo que efeito pretenderiam pois toda a gente se estaria nas tintas para a jornalista raptada fosse isso verdade ou não). Enfim, uma trapalhada.
Mas neste momento assistimos a um faz de conta que nos quer oferecer um cenário paralelo de uma realidade ficcionada verosímel.
Eu sento-me na cadeira e espero o próximo acto o que é uma postura que só posso assumir depois de tudo o que se disse passou e escrevi. E pasme-se pode até ser que acabe por comprar entusiasticamente o livro. And yet, não tiro uma vírgula (bem, talvez uma vírgula) ao que escrevi.
Sugiro a leitura desta entrada:
http://www.futureofthebook.org/blog/archives/2007/01/the_culture_industry_and_botto.html
Peço desculpa pelo lapso, o Adufe estava na altura em branco e eu só me lembrava das neves… Erro freudiano altamente desculpável e não intencional, já está corrigido.
Mesmo sem intenção teve a sua piada, Henrique Silveira 🙂
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