Em tempos o Nuno Rogeiro era o paradigma do ecletísmo nacional: o homem aparecia no canal público de TV a discorrer sobre tudo o que era notícia com uma profundidade (= ar sério) de pasmar meninos pequeninos como eu.

Hoje tem muitos concorrentes, alguns dos quais a somar verbas ainda mais avultadas do que as justamente auferidas pelo insigne e activo cidadão. Não, não falo deste modesto blogger (ou de qualquer outro que por aqui ande na vizinhança) que numa escala bem mais ínfima também por aqui aparece muito democraticamente a opinar sobre quase tudo (espero que com um ar muito menos sério, ao menos). Falo dos super heróis de qualquer governo: as empresas de consultoria.

Não há absolutamente nada à face da terra sobre a qual eles não se considerem particularmente habilitados para dar conselho sobre. Pelo menos aos olhos dos governantes. Não é, caro Jumento?

" ERRO COLOSSAL

A empresa de consultoria que elaborou o estudo encomendado pelo ministério da Administração Interna e que concluiu pelo fim das Brigadas de Trânsito e Fiscal deve saber tanto de combate à evasão fiscal como eu sei de lagares de azeite. Se a passagem da BF do ministério das Finanças para o da Administração Interna foi um erro grave, do qual resultou o aumento exponencial da evasão fiscal, a destruição da Brigada Fiscal é um crime contra a economia portuguesa, só que quando os resultados forem evidentes os responsáveis políticos por tal decisão já deverão estar a beneficiar das pensões precoces gentilmente concedida pelos contribuintes que pagam os seus impostos aos governantes retirados.

Se o senhor ministro da Administração Interna fosse à Espanha, França, Itália, Reino Unido, Irlanda ou a outros Estados -membros da UE ver os meios policiais ou mesmo militares atribuídos à protecção fiscal da fronteira externa e ao controlo de circulação de mercadorias iria perceber que teria poupado o dinheiro do erário público a encomendar estudos a quem só contabiliza o que se poupa em custos orçamentais imediatos, não avalia as perdas de receitas fiscais ou o impacto da evasão fiscal na actividade económica, resultante da destruição de empresas que por cumprirem com as obrigações fiscais deixam de ser competitivas num mercado onde as regras começam a escassear.

O ministro da Administração Interna deveria perceber que pode estar a poupar no farelo, que a destruição da Brigada fiscal não é um problema da gestão das polícias mas sim do domínio do fisco. "

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