Sempre que vejo um episódio de Star Trek fico agarrado em ecrã. E este sempre não é de agora, nem se aplica apenas a Star Trek entre as séries de ficção científica. Distante que vai a infância, tento inevitavelmente racionalizar o encantamento e mesmo a preferência por um certo tipo de ficção científica. O que me cativa é um misto de imaginação científica pura e dura (as potenciais descobertas do futuro) e a revisitação dos clássicos que nunca li mas que como todos os humanos inquisidores pressinto. De entre esta vertente mais focada na filosofia destaco a parte política, os incontáveis cenários, os episódios paradigmáticos e mesmo ideologicamente doutrinadores (será a defesa dos direitos humanos uma ideologia?) aplicados numa enganadora base zero, que é o futuro, e que sempre justificaram em boa parte a paixão.

A mistura equilibrada justifica seguramente o desprezo por outras criações de ficção científica que resolvem à partida as pretensões da trama quanto a estes aspectos mais da palavra, para se centrarem exclusivamente no folclore dos efeitos especiais.

Mas o que me levou a este post não foi nada disto, foi essencialmente a capacidade de, por mais racionalismo que tenha colado à pele, conseguir recuperar num instante a sensação de maravilhamento quando vejo um bom filme ou episódio de ficção científica.

Quantas coisas perduram desde a infância com esse poder arrebatador? 

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