Ainda a propósito do texto anterior, ofereço-lhe esta achega.
Há algumas formas de arranjar bons jogadores no início de época futebolística (quem diz jogadores, diz negócios, empreendimentos, construtores de aviões a jacto, etc).
- Uma é anunciar aos quatro ventos que vamos contrar fulano e cicrano.
- Outra é manter o bico calado e ir sondando secretamente os agentes dos jogadores que interessam ao clube em busca de um bom contrato, jogando na antecipação.
- E outra ainda é formar, na medida do possível, os jogadores numa escola do próprio clube, internalizando o processo de geração de craques e tirando os devidos dividendos.
Grosso modo e salvo as naturais falhas de uma tão nítida generalização, a primeira tem estado bem para caracterizar preponderantemente o Benfica, a segunda o Porto e a terceira o Sporting.
Está bom de ver que sua excelência é Benfiquista. Pelo menos é o na forma de interagir com o país das notícias. Dizer que se faz e acontece é sempre óptimo para os jornais, óptimo para os jogadores (cujo valor pode até ser inflacionado para valores que impossibilitem a compra) e é bom para os políticos que se alimentam de espuma mediática e sobrevivem por via dela.
Espero sinceramente que haja bem menos de 6 milhões de benfiquistas, politicamente falando. Seja um pouco mais do Sporting ou mesmo do Porto, caro Primeiro Ministro. Vai ver que não doi. E no final ainda corre o sério risco de ganhar(mos todos) o campeonato.
P.S.: E, finalmente, por que gosto de cravos e ferraduras uma nota solidária, desta feita com o concidadão José Sócrates, vítima do mais suez procedimento mediático. Calo-me fazendo minhas as palavras de Ricardo Costa, hoje no Diário Económico:
" (…) A capa da “TV 7 dias” em que aparece José Sócrates é o exemplo mais vergonhoso do “fim da esfera privada” e das manipulações que são possíveis. Na capa, o primeiro-ministro aparece a espalhar creme solar nas costas de outro homem. A revista sabe que o outro homem é o irmão mas só explica isso nas páginas interiores. Irresponsavelmente, e com dolo, explora boatos para aguçar as expectativas dos leitores, sabendo que milhares de pessoas vão ficar apenas por “passar os olhos” pela primeira página.
Depois disto, tudo será possível, ou melhor, já é. O falso moralismo tem um vasto campo à sua frente. Políticos quimicamente puros vão surgir prontos a jogar este jogo. O público vai adorar cada vez mais os deslizes de quem se esquece que pode estar permanentemente a ser filmado ou fotografado ou “vendido” por um conhecido ou falso amigo. ‘Les jeux son faits’. Boas férias e boa sorte."