Não é querer desvalorizar o trabalho de quem labora em estatísticas mas a forma como se tentam dramatizar notícias em torno do valor perspectivado para o PIB e simplesmente ridícula. Um exemplo da Sic On-Line:
"O governador do Banco de Portugal reviu em alta a previsão de crescimento da economia portuguesa para este ano. Vítor Constâncio está menos pessimista que há três meses e acredita que a riqueza do país poderá crescer cerca de um por cento (1,0%).
Os sinais de expansão da economia nacional são muito tímidos mas começam a aparecer. Primeiro foi a Comissão Europeia, que com as previsões de Primavera subiu as perspectivas de crescimento, agora é a vez do governador do Banco de Portugal.
Se não se alterarem, as previsões do Banco de Portugal ultrapassam as do Fundo Monetário Internacional, que espera um crescimento para Portugal de 0,8 por cento.
De qualquer forma, ainda não há ninguém TÃO OPTIMISTA como o governo: espera uma expansão de 1,1 por cento para este ano. "
Há algum erro na notícia? De facto não, mas não é preciso errar para se ser ridículo. Estando-se a falar de cenários para a globalidade do ano de 2006, ter uma situação em que os mais extremados divergem em cerca de 0,3 % significa simplesmente que todos estão a dizer a mesma coisa.
É este tipo de análise que nos põe a discutir se uma variação de 0% se trata de um 0% positivo ou negativo (arredondamento para 0% de um valor de -0,04%, por exemplo). Uma discussão que andou na berlinda há não muitos anos.