Isto agora já não tem nada a ver com o Islão e com os Islamitas, apenas com os limites que nos queremos auto-impôr, no Ocidente. 

A máxima "O limite para a liberdade de expressão é a colisão com as crenças religiosas de outrém." coloca-nos alguns problemas.

Obras que ofenderam alguns crentes nos últimos anos, bem aqui no nosso jardim:

  • O Evangelho Segundo Jesus Cristo (que, ficcionando a vida de Cristo, entre outras coisas, – e se a memória não me trai – o coloca a ter um caso com uma famosa prostituta – Maria Madalena).
  • O cartune do Expresso onde o Papa João Paulo II é representado com um preservativo no nariz ridicularizando assim a praxis que a Igreja Católica recomenda aos seus fieis.
  • Os cartunes dos movimentos pro-aborcionistas que ridicularizaram os beatos católicos por seguirem à letra as directrizes da sua Igreja na lógica pró-vida imputando-lhes responsabilidades na morte de mães e nascituros que sem condições recorriam a "clinicas" aborcionistas.

Devemos proibir/banir/castigar os respectivos autores? 

Independentemente do que possa pensar das situações concretas não tenho nenhuma dúvida quanto à resposta a dar a esta questão. Obviamente que não! Felizmente temos tribunais para derimir calúnias e ofensas.

Ou será que na "nossa" religião podemos bater à vontade porque os "nossos" religiosos são pacíficos e já estão habituados e na religião dos "outros" temos de ter cautelas especiais porque eles, coitadinhos, ainda estão na adolescência do entendimento reagindo com a violência que têm à mão, como meninos mimados às primeiras críticas do mundo adulto? Afinal qual destas duas atitudes é que é paternalista e afirma superioridade?

Só mais uma nota, neste mundo globalizado a geografia é cada vez menos relevante logo, mais crítica é esta discussão. Sim, o multiculturalismo está aí, por muito complexo que possa parecer temos que traçar as nossas regras de coabitação.

Eu prefiro tentar tratar muçulmanos e não muçulmanos da mesma forma e você?

P.S.: Na blogoesfera destaco ainda a capacidade de síntese (a triologia de questões abordadas) e a opinião d’O Franco Atirador. Plenamente de acordo. 

Adenda: Boa a pergunta do Paulo Gorjão: "Alguém sabe o que pensam os deputados à Assembleia da República sobre a polémica à volta da liberdade de expressão?"

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