Se fosse fácil, já outros o teriam feito.

Há um ano nascia a Alternativa ao Bloco Central. Pessoalmente a experiência serviu para confirmar empiricamente o que já havia teorizado: não é (só) com impulsos em coro que se consegue sustentar um projecto, seja ele qual for. Na altura gerou-se rapidamente uma cadeia de contactos virtuais (mais de 50 pessoas em menos de uma semana) em torno de um grupo de discussão. Cerca de 10 a 20% tiveram algum tipo de intervenção activa. No total, no espaço de três, quatro meses em que a iniciativa esteve mais activa, escreveram-se 91 post, houve 300 comentários e 18 trackbacks. A iniciativa não se pode queixar de falta de projecção na blogoesfera mais politizada à latura.

Confesso que no meio de algumas das interessantes discussões (sempre tendo a Internet como suporte exclusivo) pareceu-me que alguns dos participantes estavam à espera de um líder. De alguém que decidisse…

Quase nada se inventa, quase tudo se  repete. É também de tentativa e erro, de tentativa e fracasso, que se chega por vezes a algo sustentável. Optimisticamente acreditemos que alguns dos que por aqui andam venham a conseguir contribuir com algo de positivo para o país em termos de reflexão e intervenção política, mais ou menos alinhados com o sistema instituido. O fundamental é mesmo conseguir contribuir para uma melhoria qualitativa da nossa vida, organização e convivência colectiva, mais que não seja em torno de conceitos tão básicos e caros quanto o respeito mútuo e um sentido mínimo de responsabilidade comum (em comunidade).

É muito provavel que o blogue Alternativa ABC saia definitivamente do ar nos próximos dias (está na altura de renovar a assinatura e é tempo de rentabilizar a dita em outro projecto).

Um destes dias tentamos outra vez, outra coisa, com arranque mais ou menos impulsivo e, seguramente (da minha parte), com menos espírito de voyer participante. 

Uma alternativa radical, mas não extremada, ao bloco central é cada vez mais uma necessidade neste país. O mote continua actual:


“Queremos uma Alternativa Real ao Bloco Central. Acreditamos na liberdade. Na liberdade de expressão. Na liberdade de iniciativa. Mas também defendemos a responsabilidade. E defendemos que quem clama por direitos não se pode esquecer dos seus deveres. Não há por aí mais gente desiludida com os partidos de poder, que se posicione ideologicamente ao centro, interessada em criar um movimento político que condicione o actual “bloco central”?
Alguém que se preocupe com o futuro do país e que queira fazer algo, levar avante as reformas necessárias, sem objectivos de carreirismo partidário? Como fazer? Vamos a ver.
Se fosse fácil, já outros o teriam feito.”

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