No Abrupto

(…) Na estrada, o ambiente era caótico, com filas formando-se rapidamente em vários quilómetros, e com autotanques com gasolina nas filas. Carros da polícia passavam sem se perceber para quê. Quando a A1 foi finalmente interrompida e a coluna de veículos desviada para a estrada Figueira da Foz-Pombal ninguém sabia dizer nada sobre as alternativas. A Brisa continuava a receber portagens criando um congestionamento perigoso. Quando se chegava á outra estrada percebia-se logo que o mar de chamas e fumo para Norte impedia qualquer passagem, e, se dúvidas havia de que alguma coisa de muito grave se passava, era ver chegar os carros com mulheres e crianças evacuados das aldeias, desesperadas e em pânico. Uma rapariga procurava o pai, uma mulher com um bebé ao colo chorava convulsivamente porque a sua casa e a “aldeiaâ€? (não sei se é verdade, mas era o que dizia) tinha ardido. (…)

No 100 Nada:

(…) acabei de falar ao telefone com alguém que está no meio do fumo, quase parado entre Condeixa e Leiria: diz-me ‘é um inferno, as árvores estão a arder dos dois lados, tudo preto, é noite aqui. A cara a ferver com as janelas do carro fechadas, brasas pela estrada, as chamas mais altas que os postes. É absolutamente pavoroso’.

Ninguém me fecha essa porcaria??? Fechem-me a A1! Já!

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