… ver o desenvolvimento em “Serão de TV-é-o-vias” na Grande Loja do Queijo Limiano
Sentei-me em frente ao televisor para ouvir finalmente alguns detalhes sobre o programa eleitoral do PS, pela boca do seu Secretário Geral, já agora.
O canal que sintonizei transmitiu três ou quatro minutos de directo e seguiu para estúdio ouvir comentadores. Mudei de canal. Ofereceram-me mais comentadores. Outro canal, já nem era notícia.
Incrédulo liguei o rádio e confirmei que o discurso estava no auge e decorria ainda. Esperei mais um pouco com a televisão acesa e finalmente o directo, outro directo, para a opinião em jeito de comício de Santana Lopes, seguiu-se pouco depois outro directo para ouvir na íntegra Marcelo Rebelo de Sousa e Luis Felipe Menezes algures num jantar de campanha ou coisa que o valha.
Bela merda de critérios jornalisticos, digo eu.
O que este país precisa, o que alguns portugueses precisam é de um valente choque eléctrico.
Foi birra por causa do ralhete que lhes deu Sócrates de que falou o Manuel aqui há tempos? Foi acerto de contas por Sócrates não se dispôr a debates promotores de audiências televisivas? Não sei, mas fica-me a impressão de que a “classe” jornalística revelou quão canalha consegue ser e o quanto tem em consideração o seu público.
Consegui ouvir melhor o que disse George W. Bush ou John Kerry nos seus discursos de aceitação – que comparo à apresentação do programa eleitoral cá na nossa terra – do que as palavras oferecidas pelo tantas vezes omisso José Sócrates.
Hoje, a minha coluna do “desce” vai para os senhores jornalistas com responsabilidade nos alinhamentos dos telejornais. Não dando a notícia, montaram o circo. Todos diferentes, todos iguais.
Também por aqui a democracia vai perdendo lustro.
Fica a ligação para o PDF do programa eleitoral do Partido Socialista.