Lembro o ainda governo do PSD/CDS-PP, leio as propostas do PS para a função pública e discursos como este destacado pelo Pula Pula Pulga e não consigo deixar de pensar que o INE (administração mas não função pública) é uma imagem do futuro reservado à função pública. Olhem para o INE, história passada (desde 1989) e recente e aprendam com os erros próprios e auto-impostos naquela casa, por favor.
O experimentalismo já teve e vai tendo as suas cobaias, usem os ensinamentos e poupem outros infelizes.
Peço-vos ainda outro favor, futuros governantes, quando agarrarem num manual de gestão de empresas e encontrarem a teoria de Taylor não se esqueçam que a maravilha teórica centenária se ajustou na perfeição às linhas de montagem mas está totalmente ultrapassada para ambientes cérebro-intensivo. Por incrível que pareça, há quem prove e reprove ignorar esta razão da pior maneira possível e com as piores consequências para a coisa gerida.
Antes de falar grosso para a administração pública, provem-se dignos. Demonstrem ter a inteligência de ver um mundo complexo e de apresentar soluções ajustadas a cada problema, a cada objectivo. Provem que têm coragem para enfrentar o incompetente fulanizando-o, responsabilizando-o.
Deixem os choques para a tecnologia e não se tentem com terapias de choque universais. Não queiram mudar tudo pela lei geral.
Os nervos estão presos por um fio. Não haverá estado de graça, nem espaço para longas reservas mentais em defesa do voto investido. Mais más experiências e delongas acabarão de vez com o próprio Estado. Com o que resta de útil no dito, pelo menos.
Sim, a tarefa é extramente difícil, sem dúvida, mas o lugar é para o Primeiro entre os portugueses, não para um qualquer.
De um heterónimo ainda em definição