” (…) Se José Sócrates estiver rodeado por um mar de massa cinzenta empenhado, novo, fresco, tirar Portugal da merda afigura-se-me possÃvel. Entendo que o actual PS sozinho terá muitas dificuldades em fazê-lo: é como um núcleo de matéria não expandida, falta-lhe massa. A massa somos todos nós, todos os que têm algo para dar e não se revêem na direita, no que a direita tem feito ou apenas, como é o meu caso, acham que é tempo de a direita levar um cartão vermelho por péssimo comportamento e anti-jogo e ficar de fora nos próximos dois jogos.
Podemos e devemos melhorar a polÃtica, podemos e devemos devolver-lhe a dignidade perdida na última década graças mais aos desertores do que aos deserdados. (…)
Lembrar em suma, queridos leitores, que o PPD/PSD tem a incrÃvel habilidade de se iludir a si próprio e ao paÃs e em cada eleição apresentar-se como o salvador contra as oposições âculpadasâ?, quando, é facto, esteve sentado nas cadeiras do poder durante 19 anos, 15 dos quais SEM COLIGAÃÃO, sozinho, rei e senhor, isto desde o fim do PREC em 1976. 19 anos contra 11 do PS, coitado, que apesar disso leva sempre na corneta como o mau da fita. (…)
Eu tenho ficado calado â mas agora não posso, ou rebento. à que ESTE PPD/PSD é o pior PPD/PSD de sempre. Sá Carneiro à s voltas no túmulo, Balsemão impávido, Cavaco à beira de uma úlcera partidária e todos os barões de peso do partido calados ou a armar guerras ao seu palhaço de Lux, ao seu Dantas, este partido deixou de ser partido: é um espectáculo de circo.
Eu prefiro que o paÃs seja governado por polÃticos, mesmo que novatos e tal, do que por malabaristas e coristas.
Por tudo isto, irmãos, redigi este manifesto e as mais palavras que, estou certo, hão-de vir nas próximas semanas. Que cada um que me leu respire fundo e medite no que leu. Que aja como a sua consciência ditar. A minha dita isto: votar PS e colocar-me humildemente ao serviço do próximo governo para ajudar, se o meu contributo puder ser útil, no que toca à Sociedade da Informação, que tem sido a minha praia nos últimos 15 anos, acho que aprendi umas coisitas. Lá porque não tenciono â em circunstância alguma! â perder a minha independência, tenho porém o dever de alertar os meus leitores e de agir como entendo que devo agir.
”
Mais aqui, com a cortesia do Paulo Querido.