Argumentos recentes e alguns datados encontrados por um pedaço da blogoesfera que quase me deixam sem palavras.
Com base num “suponhamos” diz-se que Sócrates não quer eleições agora porque:
– à Inverno não dá jeito para campanhas eleitorias;
– Ainda não tem a alternativa pronta – não coincide com o timming das Novas Fronteiras;
– O Governo ainda não está suficientemente desacreditado;
– Santana Lopes é imbatÃvel se lhe derem oportunidade para se vitimizar;
– As eleições são caras e o paÃs não tem dinheiro;
– Não é seguro que “já seja suficiente” para ganhar com maioria absoluta.
E por aà fora.
Eu não me tenho por um absoluto ingénuo e consigo perceber que por vezes o caminho mais curto não é ir sempre a direito mas, convenhamos que há um sentido de proporcionalidade e de perspectiva que deve regular o primado da astúcia e do cálculo.
Nada disto era imprevisÃvel, ou melhor, tudo isto era esperado há largos meses e há um custo inerente à manutenção do actual governo que por ser impossÃvel contabilizar alguns amigos tendem a ignorar ou a sub-valorizar.
Parece que se espera um óptimo virtual. Um momento óptimo absoluto, a altura certa de âvender as acçõesâ?.
Ora a vida e a vidinha não se fazem e não podem depender da descoberta de óptimos virtuais e as evidências recentes destes últimos quatro meses – ou serão quatro anos como quase perguntava há dias o JHP no Glória Fácil notando o lento passar das semanas após a chegada de PSL – são um bom pretexto para que se distingam as águas. Haverá quem mereça dizer: âa bem da naçãoâ? e aja consequentemente?
Há uma urgência que ninguém deveria negligenciar neste contexto, divertindo-se com a folha de cálculo. E o contexto é o de um tão único desgoverno. Este cálculo é apenas mais um sinal de quão pouco podemos esperar do senhor que se segue.
Texto dedicado ao Causa Nossa e ao BloguÃtica.