Houve qualquer coisa de profundamente trágico – para mim – nas últimas declarações radiofónicas de Jorge Sampaio. Senti mais “desconforto” agora do que quando da sua decisão relativa à manutenção da Assembleia. Sampaio poderia pensar o que disse e ainda assim nada o obrigava a exteriorizar o seu pensamento. Fê-lo numa semana em que recebeu ameaças veladas do primeiro-ministro. E na mesma semana em que Sócrates foi ao Parlamento pôr em causa a legitimidade política do primeiro-ministro.
Sampaio preferiu ignorar publicamente as primeiras, respondendo enviesadamente às segundas renovando a legitimidade política do governo.
Que descanse em paz senhor presidente.