Este fim-de-semana uma jornalista da TSF identificou uma gafe a Durão Barroso envolvendo números. Não terá sido uma gafe com o calibre do PIB de Guterres mas ficou-me no ouvido pela sofisticação, não da gafe, mas da capacidade crítica da jornalista.
Os senhores jornalistas que me perdoem mas estou tão fartinho de ver incorrecções escandalosas em jornais sempre que se entra no campo da numeração e da contabilização que a gafe me pareceu um preciosísmo.
Vamos à gafe.

A propósito do rebaptismo de um “novo” programa do Governo de incentivos à ciência e tecnologia, já apregoado por Mariano Gago ainda este era Ministro, o nosso primeiro falou numa verba total do programa de um bilião de Euros quando, na realidade, deveria ter dito mil milhões de Euros, informou a jornalista. Provavelmente, Barroso terá sido vítima de algum lapso freudiano associado ao embuste do anúncio, digo eu, ou, para ser mais simpático, terá deixado passar algum resto de aculturação à cultura americana que trouxe da sua experiência lectiva em terras do Tio Bush. Tudo isto é detalhe, o que me interessa agora é o meu espanto.
O espanto de reconhecer na jornalista a sapiência da diferença entre a norma Europeia e a Americana.
A jornalista sabia que um bilião em Portugal deveria ser um milhão de milhões e não um milhar de milhões!
Provo-me mais uma vez que ainda tenho muito que batalhar para deixar de ser um tonto injusto e preconceituoso. Uma adufada muito positiva para quem reparou na diferença.

Texto assinado pelo mais recente pseudo colaborador:
Vírgule Decimal Símbulus Europea da Silva.

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