Só uma nota final para o Carimbo cujo regresso, depois de uma curta ausência, saúdo.
Ainda o General Silva Viegas (e para fechar da minha parte).
Julgo que os argumentos estão quase esgotados pois encontro resposta às últimas considerações do Carimbo no meu último post sobre a matéria e provavelmente o sentimento é mútuo. Mas… Por simpatia com os defeitos do Carimbo que partilho (o da teimosia) regresso à polémica General Silva Viegas (GSV) (d)enunciando hipóteses alternativas às conjecturadas pelo Carimbo. Espero que, apesar de tudo, esclareçam o que me levou a tomar a posição que tomei.

Imagine que o GSV foi de facto humilhado no exercício das suas funções. Imagine que o ministro da defesa lhe pediu favores às margens do exigível pelo regular exercício das funções do CEME (por exemplo, a história que GSV julgo ter confirmado da tentativa de atropelo no esquema de promoções de oficiais) e imagine que o PR conhece e reconhece estes factos.
Naturalmente, o PR sabe mais do que qualquer um de nós que nos envolvemos na polémica.
O PR não pode usar a bomba atómica forçando Durão Barroso a demitir um ministro da Defesa que é simultaneamente o garante de uma maioria absoluta. Ou melhor, poder pode, mas não quer, nem considera, apesar de tudo, justificado. O dano para o País seria demasiado grave, desproporcionado.
O PR pode, no entanto, fazer uma afirmação política elogiando o comportamento do GSV e desta forma rejeitando qualificar como injustificados os motivos da sua saída e limpar o Exército da humilhação a que foi sujeito na figura do CEME pelo Ministro da Defesa.
Se não o fizesse perderia o ascendente moral conquistado e que tem de manter sobre as tropas enquanto chefe supremo das mesmas. Por outro lado, estaria a corroborar integralmente o comportamento do Ministro da Defesa. E que eu saiba nada obriga o PR a imaginar um conflito entre políticos e militares no qual seja obrigado a tomar o partido dos primeiros, seus pares (?), sabendo que a asneira fôra destes.
Ou seja, o PR teria preferido a demissão de PP, mas o caso não foi suficientemente grave para se dissolver a Assembleia pois, poderá ter sido esse o cenário oferecido por Durão Barroso perante o hipotético pedido de exoneração do Ministro da Defesa que Jorge Sampaio tenha feito. Muito provavelmente Jorge Sampaio não terá chegado a colocar a proposta na mesa por saber de antemão a resposta… Hipóteses e mais hipóteses.

Mas a leitura que eu tiro dos elogios ao GSV é exactamente esta. O PR acompanha há quase uma década o relacionamento entre o poder político e os militares, sabe até onde se pode esticar a corda e sabe o que fazer para limitar avarias e repor a justiça com os meios que a constituição coloca ao seu dispor num regime semi-presidencialista. O PR colocou o ónus da culpa claramente no Ministro da Defesa, ele foi o infractor que promoveu a invulgar saída do CEME. Por outras, o CEME reagiu… E lembro que mesmo tendo-o feito como o fez, arrancou rasgados elogios do Ministro da Defesa(!). Se isto não é de pasmar… Claro que não é de pasmar. Não é porque PP já sabia o que o esperava. Sabia o que tinha feito e sabia o que o PR iria fazer. Em nenhum momento iria tomar as suas dores. Logo, toca de confundir tudo e todos ridicularizando-se em encómios e mais encómios ao demissionário Genral Silva Viegas. Enfim… Mais do que isto não sei dizer. Se quiser(em) continuar a catalogar o comportamento do PR como um favor ao PS… do presidente de todos os portugueses socialistas… É um direito que teimosamente lhe (vos) assiste 🙂

Até à próxima polémica que eu agora vou a banhos… fluviais!

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