O novo blog Glória Fácil (de três jornalistas) (re)lançou a discussão em torno do perigo de aniquilarem a TSF como a conhecemos. Já aqui trouxe o assunto, mas depois de algumas reacções lidas (por exemplo aqui) e imbuído de algum liberalismo contagioso que voga na blogoesfera, permito-me o seguinte desabafo.
Admitamos que a TSF deixava de ter noticiários de meia em meia hora na maior parte do dia. Deixava de cobrir os eventos desportivos, retornando ao tempo de vacas magras em que apenas os três grandes tinham relato de futebol. Imaginemos que os noticiários ficavam iguais aos de todas as outras rádios: mais de 4 minutos a falar e dá processo disciplinar. Imaginem que despediam metade dos actuais jornalistas. Imaginem que punham os patins ao Francisco Amaral por ter um programa pouco apelativo para as donas de casa, todos os Sábados para Domingos da uma às três da manhã. Imaginem que faziam isto tudo para ordenhar bem a vaca (cash cow na terminologia de consultoria)… até que os parolos se apercebessem que estavam a ser enganados e mudassem de rádio. Imaginem que destruíam um dos bens mais valiosos da TSF, a sua marca, o que o seu nome representa hoje.
Quase gostava que isso acontecesse só para ver se não nascia uma TSF logo ao lado… Se a TSF morrer, viva a TSF!
Aconteça o que acontecer a guerra não será ganha na próxima batalha. Nem que inventemos uma Fenix Rádio Jornal.
Ainda acredito que a estupidez se autodenuncie e nos poupem a esta aventura, mantendo e refinando a melhor pérola da rádio portuguesa. Uma daquelas que já ganhou lugar na história deste país, nos alfarrábios de amanhã. Umas daquelas “coisas” de que nunca me esqueço quando me recordo de como era o meu mundo quando tinha 13 anos nos idos de 1988.