Note-se um dos melhores articulistas diários que temos: João Paulo Guerra
um excerto da crónica de hoje 3-Jul. Para ler tudo prima aqui.

“(…) Na torrente de verborreia parlamentar, é quase certo que ninguém considere importante levar ao debate do estado da Nação uma pequena notícia, vinda da OCDE e da UNESCO, que revela que os jovens portugueses têm uma baixíssima capacidade de leitura, o que é um dado significante em si mesmo e pelas suas consequências. Seria uma excelente oportunidade para ouvir o ministro da Educação conjugar o verbo intervir. Mas a gramática não é chamada ao debate e a educação, como o resto, vai resumir-se a números de ilusionismo.

À mesma hora a que os deputados estarão a cumprir o ritual – antes de seguirem para férias grandes com a consciência absolutamente tranquila – haverá milhares de portugueses à espera de uma consulta médica, em luta desigual com a burocracia da administração, a contas com as aflições da aritmética doméstica, em desespero pelo futuro dos filhos. A Nação, na verdade, não vai estar no debate do Estado. O debate do Estado da Nação faz-se de frente para as câmaras de televisão e de costas para o país real.”

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