Recorde
Até parece que o Adufe abriu a época de caça ao jornalista distraído… Cá vai outra:
Quando um atleta bate um recorde de velocidade obtém um máximo ou um mínimo?
Acordei a ouvir isto: Novo máximo mundial dos 400 metros estilos.
Ora se um atleta consegue nadar mais depressa que os outros fazendo os 400 metros em menos tempo, é porque acaba de suplantar o anterior tempo mínimo necessário para percorrer a mesma distância, não por excesso mas por defeito. Portanto:
Novo mínimo mundial dos 400 metros estilos.
Detalhes…
July 8th, 2004 at 12:43 pm
Não, não!
Como se vão batendo os máximos mundiais, andam todos os atletas a tentarem obter os mínimos para os JO, não vão, acidentalmente, bater o máximo.
July 9th, 2004 at 12:03 am
Há uma qualquer confusão semântica na sua interpretação. O “máximo” como expressão de um record no desporto reporta-se à melhor marca atingida por um atleta. Parafraseando, o MÃ?XIMO que já foi conseguido naquele determinado desporto por um atleta. à o maior resultado de sempre, o resultado de expressão máxima. Até na expressão que utiliza (“suplantar o anterior tempo” – ou seja, fazer “mais”) está encerrada esta lógica, que se justifica obviamente, independentemente de um máximo mundial ser conseguido por excesso ou defeito.
Nuno Pinho
July 9th, 2004 at 12:24 am
Obrigado Nuno. Concedo que o “suplantar” tem o mesmo “vício”, mas o que me choca é mesmo o “máximo” um termo com um significado muito específico em matemática, uma espécie de palavra reservada. A dúvida instala-se quando me parece ver confundir a melhor marca com a maior marca. Uma marca é um dado quantificado ou uma qualificação de um resultado? Se seguir a primeira opção, que foi o que eu fiz, fica a sensação de erro. Bater o recorde mundial do lançamento do dardo é atingir a maior distância. Há máximo completa-se nas duas interpretações.
Se o recorde de natação se medisse pela velocidade directa – medida em kms/hora – o recorde seria alcançado pelo atleta que atingisse a velocidade mais elevada. Novamente, não teria qualquer dúvida. Medindo-se a proeza pelo tempo dispendido o objeccctivo é minimizar. A melhor marca de sempre é um mínimo… E obter o mínimo é naturalmente, o máximo!
Muito provavelmente, estas dificuldades interpretativas resultam de um condicionamento exagerado pela gíria profissional onde me é fundamental não desassociar os quantificativos máximo e mínimo de uma interpretação exclusivamente numérica e ordinal. Ainda assim com “Novo mínimo mundial dos 400 metros estilos” parece-me sempre mais atraente e informativo. Parece-me que nos induz-nos mais directamente para a forma como se quantificou a proeza, ou seja, pela rapidez/gasto temporal. É essa a marca, e não a velocidade média durante a prova. Esta língua portuguesa…
Um abraço.