Se eu fosse o responsável máximo pelo estudo de viabilidade económica do novo aeroporto da Ota e quisesse dar uma "indirecta" ao governo no sentido de se perceber que a opção em causa é um enorme buraco financeiro estando longe de ser a melhor escolha como é que faria?
Se calhar faria assim:
"(…) Em entrevista ao 'Semanário Económico', Augusto Mateus, que está a coordenar um estudo sobre o ordenamento das actividades na envolvente do novo aeroporto de Lisboa, considerou "redutora" a decisão do Governo de só ter estudado a localização da futura infra-estrutura na Ota e em Rio Frio.
"Outras potenciais localizações, algumas de utilização militar, não foram estudadas e podem sê-lo facilmente. Podemos vir a descobrir que temos uma localização melhor que a Ota, que pode custar menos dinheiro, que permite fazer uma coisa mais flexível, faseada, com mais oportunidades de expansão em caso de sucesso total", salientou.
Augusto Mateus sublinhou que um estudo sobre novas localizações "não demoraria um ano", ao contrário do que o Governo tem referido."
in Diário Economico.
E ainda:
"(…) O antigo ministro de António Guterres esclareceu que a localização na Ota "tem um conjunto de limitações dimensionais" apesar de ser "possível fazer na Ota um bom aeroporto, mas com muitas limitações, repetiu.
"Não há milagres. A orografia e o desordenamento não ajudam, é o eixo mais congestionado, próximo das empresas e das pessoas", acrescentou.
Ainda sobre a continuidade na elaboração de estudos sobre possíveis localizações do aeroporto, Augusto Mateus disse que a nível político as pessoas estão "muito mais abertas do que demonstram publicamente no funcionamento das instituições".
Sobre o trabalho que está a fazer, o coordenador disse que "gostaria de estar a fazer um trabalho com dois ou três locais alternativos, para poder apresentar os aspectos mais positivos e negativos do ponto de vista do desenvolvimento económico e social e das opções de ordenamento do território". "
No meio de toda a argumentação e contra-argumentação que por aí anda este é um aviso particularmente importante que não deveria cair em saco roto. Desconfio que será um argumento de peso caso o actual Presidente da República considere esta questão de forma particular.