Paes do Amaral já falou, já desmentiu.
Pegando na fórmula tão em voga entre os “ofendidos”: “Mas alguém acredita que Paes do Amaral, tendo sido pressionado (directa ou indirectamente) algum dia admitiria tal facto?”

A maioria quer agora um “inquérito parlamentar” onde pretende única e exclusivamente ouvir Paes do Amaral. Marcelo Rebelo de Sousa não interessa, nem sequer o Ministro. Deve ser a vingança do “contraditório”. Razão tem o sábio Guilherme Silva – que por acaso é o líder da bancada do PSD – quando há dias dizia a propósito de um outro pedido de inquérito da oposição: “os inquéritos são sempre muito politizados, não iamos adiantar nada”.

O parlamento fiscalizaria se tivesse nas suas fileiras deputados que conseguissem valorizar um pouco mais as suas supostas funções de fiscalização da acção do governo e a lealdade para com o interesse nacional. O resto é conversa. O problema é que o interesse de longo prazo destes deputados – neste e noutros inquéritos – se faz pelo cerrar fileiras em torno da projecção mediática mais conveniente em todos os momentos. Nada se investe na avaliação do mérito e do demérito da classe política face a acções concretas que levantem suspeitas.

Termino com uma premissa, uma banalidade incontornável, em vez de me atirar a um corolário: a qualidade das pessoas que exercem os cargos e a valorização ou penalização das suas acções por parte dos eleitores sempre foram e continuam a ser pontos chave em qualquer democracia.

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