Durante as discussões internas que tive no partido que hoje represento, houve uma definição de família extremamente curta que me ficou no ouvido e que, desde então, retenho para mim como uma excelente síntese, que tem resistido a todos os ataques.
Uma família é uma comunidade de afectos.
No MEP como no PS ou no PSD ou em outros partidos, não há propriamente pensamento único quanto a muitas questões fracturantes, há inclusive liberdade total de expressão e de voto sobre questões como o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a eutanásia, a despenalização do aborto, a educação sexual, a procriação medicamente assistida, mas há menos dúvidas quanto ao que é o fundamento de uma família e qual a sua importância na organização social.
Uma família não é um indivíduo. Por definição uma família pressupõe uma comunidade, uma pluralidade. Uma pessoas isolada é uma pessoa isolada. Não se é menos pessoa por não se ter família, mas não se é uma família por se ser uma pessoa. Desenhar políticas económicas e sociais tratando por atacado o que não é igual é sempre fazer má política.
Para mim família tem por exigência mínima tão somente isto: ser uma comunidade de afectos. Havendo esta característica todas as restantes são acessórias, refiram-se elas ao sexo, à religião, à idade, à cor da pele, à nacionalidade, ao estado civil ou ao número das pessoas que a compõem.Também publicado no Eleições 2009.