Ontem no Contrafactos, hoje, mais reflectidamente, no A Origem das Espécies:
" (…) A declaração é grave e desajustada; espera-se de um ministro que ele não assuma compromissos pessoais desta natureza. Compreende-se o que ele, no fundo, quer dizer – mas não se entende a natureza pessoal do compromisso. Sabemos a partir de agora que, mesmo que as contas derrapem, mesmo que seja dado como adquirido que a Ota não é boa solução, ainda que haja intervenção divina no curso das coisas humanas, o aeroporto da Ota é uma questão pessoal que o ministro Mário Lino tem com o país. Ora, isto não pode suceder assim. O país não quer saber dos motivos pessoais que animam o ministro das Obras Públicas; o país, digamos, quer ter a certeza de que a Ota é uma boa opção porque tem o direito e o dever de lutar pela boa aplicação dos seus dinheiros; o ministro não pode tratar o aeroporto como coisa sua nem pode esperar que todos nós respeitemos os seus compromissos pessoais. Dir-se-á que é um exagero, um modo de dizer. Mesmo assim."