Há quase três anos que o PS deixou o Governo, há muito tempo que no interior do PS se havia percebido que a direcção, fruto do caso Casa Pia, estava bloqueada; após uma expressiva vitória nas europeias entrámos, há quatro meses, em campanha eleitoral para as legislativas.
Ora em vez de atenuantes, tudo isto me parecem agravantes para chegarmos ao dia de hoje com o PS que temos: num estágio inicial da procura de si próprio, ou, se calhar, julgando-se até sem tempo para tais luxos.
Eu não sou todo o eleitorado, sou o que sou, e a mim, as linhas mestras da campanha ao melhor estilo de Jorge Coelho não me bastam. Digamos que os níveis de exigência deste eleitor se elevaram.
No fundo, caro Paulo Gorjão, estou, à minha escala, a ver se crio “oferta” política para aquilo que eu acho será um melhor caminho para governar o Estado português. Eu que em parte não me juntei ao partido precisamente por andar ainda à procura de uma parte suficiente do meu próprio substrato.