Pois é, algum dia tinha de ser. Ontem lá arranjei maneira de estar presente e dar um modesto contributo enquanto independente (the horror!) numa reunião do PS onde se discutia “Desenvolvimento Sustentável e Energia: o Desafio Português” (das 21h30 às 00h30).
Como vêem sobrevivi e confesso que não fiquei nada mal impressionado. Principalmente por entre tantos cabelos grisalhos ver tanta gente que me pareceu achar um disparate pegado subsidiar directamente o consumo de produtos mais eficientes em termos de consumo de energia, como poderá vir a sugerir (entre outras coisas que me parecem mais razoáveis) uma directiva comunitária em discussão nas instâncias da UE.
Gostei também da franqueza de Pedro Silva Pereira quanto às limitações da capacidade de um futuro governo em mudar substancialmente, numa legislatura, os mundos e fundos pedidos e a pedir por acordos e directivas em matéria de ambiente e desenvolvimento sustentável (atendendo até a tudo o que os últimos dois governos destruiram em termos de relevância destas áreas na intervenção política). Finalmente, gostei de o ter visto assumir uma perspectiva de o óptimo ser inimigo do bom quanto à elaboração do programa do Governo, gerindo assim as expectativas dos presentes quanto às possibilidades de se debater de forma sistemática em 8 semanas estas e outras matérias. É a vida como dizia o outro – para parábolas críticas, lembrando a formiga e a cigarra, em termos de trabalhos de casa, ver posts anteriores.
Este programa de governo será necessariamente mais difuso do que o desejável. Sublinhado isto não deixou de indicar algumas medidas com elevada probabilidade de constarem das iniciativas do PS nesta matéria. Por exemplo, alterar a regulamentação referente à construção de edifícios públicos constituindo-se o Estado como exemplo de utilização eficiente de energia ao nível da construção.
Uma promessa recorrente de sucessivos partidos que continua à espera do seu campeão. Será desta?