Tem passado por aqui e por outros blogues a saga da denúncia dos currículos de assessores, membros do governo, nomeações.
Feitas as críticas permitam-me situar-me um pouco melhor.
Um político tem que ser um especialista na área onde exerce as suas funções de representação? A resposta mais honesta é: depende.
Depende da importância da vertente eminentemente política no desempenho da função, depende da equipa que o apoia, depende do nível de responsabilidade e do grau de especialização das funções, depende do tipo de política (que problemas se pretendem enfrentar) e talvez ainda dependa de mais alguma coisa que agora não me ocorre.
Quero com isto sublinhar que não defendo uma tecnocracia mas também não me parece que se possa cair no extremo oposto em que pelo menos estes dois últimos governos têm caído: a ausência de critério para definir as nomeações, ou pelo menos de critérios que me convenção da bondade da nomeação em termos de defesa do interesse colectivo.
As santanetes não são uma invenção do contra-informação e ignorar os santanetes parece uma ignominiosa injustiça a muito bom português que os tem no sítio.
Talvez o ridículo dos currículos evidenciados quando comparado com as funções não tornassem necessário este ponto de ordem, mas pelo sim, pelo não, e porque os blogues têm memória e eu prezo muito o meu esforço de coerência mais vale deixar as coisas bem claras.