De pé!
Para o modesto conhecimento das construções do mundo que tenho (in loco restrinjo-me a uns passeios pela Europa) é inconfundÃvel o (a)prumo de uma pedra de cantaria talhada por artÃfices do império romano. Muitos séculos se passaram até recuperarmos aquele saber e digo-o olhando para uma muralha na qual as sucessivas camadas foram sendo erguidas pelos executores e cangalheiros de antigos senhores.
Guardam as pedras um impressivo registo dos avanços e recuos da arte de arquitectar e bem construir em favor da perenidade (não falo de beleza estética pois estaria a ser injusto).
Primeiro granito Romano, depois uma nova fundação em xisto para sustentar a muito árabe argamassa, seguindo-se de novo o granito, mal amanhado, imperfeito, quase colado a cuspo de “cristãos”.
Hoje não é a imagem de muralhas que vos trago, nem é ainda o regresso às portas e às suas aldrabas e batentes.
Em dia de recordar os caÃdos e de reflectir sobre os erros e os novos rumos, prefiro olhar para trás num exemplo bem presente. Olho para a ponte que Trajano mandou erigir entre os actuais Portugal e Espanha, atravessando o Tejo e que entretanto foi sendo destruÃda por guerras e recuperada pela paz.
Há dois mil anos chegávamos por ali à capital do Império, hoje usamo-la para percorrer todo o mundo. Cumpriu e cumpre ainda com as suas funções, mesmo aqui, querendo, na internet. Saibamos ter arte, inteligência e determinação para construir caminhos com boas estradas, boas pontes, eficientes estalagens e bons cavalos. Dos que nos projectam para o futuro, a todos.