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Portugal

Pão para o cérebro

Houve pouco professores que deixaram marca na minha carreira académica. Ainda assim não me queixo da sorte que tive em 16 (agora 17) anos de carreira estudantil sempre no ensino público e quase sempre em pleno subúrbio.

As luzes da tv trazem hoje cá a casa uma dessas excepções com que por dois momentos me cruzei: logo no começo do preparatório nuns generalistas estudos sociais e depois nos preliminares para a licenciatura numa nada enfadonha disciplina de história.
Inconformado, inteligente, comunicativo, bem humorado. Sem entrar e mais detalhes saltam-me estes adjectivos sobre o então professor Sérgio Luis Carvalho, actual director científico do Museu do Pão em Seia e hoje entrevistado de Ana Sousa Dias na 2 por volta do mudar do dia.

“Ana Sousa Dias entrevista hoje Sérgio Luís Carvalho, no programa “Por Outro Lado”. Foi na sala de professores da escola secundária de Mem Martins, onde dá aulas de História e História da Arte, que Sérgio Carvalho foi convidado por um colega para participar no projecto de criação de um Museu do Pão, em Seia. Passados oito anos, o museu existe numa casa grande onde há espaço para salas expositivas, restaurante, bar, e em média recebe mais de 300 visitantes por dia. Sérgio é agora director Científico do Museu do Pão.”

in PÚBLICO

Museu do Pão em Seia

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Religião

Um outro tipo de ecologia

Ainda a propósito do terror e matérias afins proponho um lema simples descoberto há muitos anos: conhecermo-nos a nós, conhecer o outro.

Acho que este é o único caminho seguro para enfrentar os nossos males do mundo e para reagir a qualquer provação. Aliás este lema não é uma reacção pontual, é tão simplesmente algo que nos deve acompanhar permanentemente.
É um lema transversal aos ditos e escritos de várias religiões (ainda que humanamente ignorado), é também um dos fundamentos do humanismo renascentista europeu se a história não me falha. Há maior deslumbramento, melhor surpresa do que estar atento ao outro seja ele um filho, um amigo, um desconhecido, um estrangeiro ou mesmo um antepassado?

É importante ser curioso, é importante estar atento, é importante termos liberdade, uma coisinha que se mima e vive de mimos.
Liberdade para perguntar, liberdade para viajar, liberdade para saber.
Lanterna Beiroa do António Colaço Em memória de todas as vÃtimas do massacre na Ossétia, em especial por todas as crianças!
Esta batalha pelo conhecimento mútuo é a única que verdadeiramente interessa. Um desafio que permanece latente, imperturbável e incontornável seja qual for a moda política ou social de cada ocasião.
Foi, é e será sempre preciso abrir a porta, espreitar, oferecer a mão aberta, mostrar os dentes, sorrir. Este é um irrenunciável “risco” que todos temos de saber correr sob pena de nos destruirmos mutuamente.
Mas estes ancestrais gestos só são possíveis pela proximidade e nunca pela distância. E estar próximo faz-se por um caminho, por muitos caminhos.
O destino destas andanças é das poucas coisas que mais aquecem a nossa precária existência e está ao dispor de todos independentemente do credo, fé ou condição. Perante esta preocupação basilar discutir Deus é secundário ou, para alguns, a mesma coisa.

Apenas este árduo caminho de saber, dar e receber será seguro. Acho que é por aqui que temos todos de assinar por baixo e deitar mãos à obra, em cada dia, até ao nosso fim.
Por vezes esqueço-me, por vezes é difícil saber como, mas há tarefas bem mais difíceis, convenhamos! Exige apenas disponibilidade e o melhor que há na nossa humanidade. Recursos próximos e renováveis, portanto!

(Também na GLQL)

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Uma luz

Lanterna Beiroa do António Colaço - Em memória de todas as vÃtimas do massacre na Ossétia, em especial por todas as crianças!Em memória de todas as vítimas de massacres, em memória de todos os que morreram no cumprimento do seu ofício servindo os outros, em memória de nós.

Adenda:
A anestesia do horror
Há uma espécie de indiferença. Há realmente e eu não sei porquê. Talvez por começar a ficar estabelecido que o que é agora políticamente correcto é, em vez de mostrar lágrimas, dizer,
bom mas eu até tenho a lista da mercearia para tratar e tenho muita pena dos meninos mas não posso fazer nada e como não posso fazer nada, também me ficaria mal ter pena, ou coisa parecida.
(…)
Nem sei como é que se começa, mas eu faço o meu lado: educo o meu filho para ser civilizado. Para ser uma pessoa de bem. É pouco, não é quase nada. E todas as noites penso: tenho uma puta de uma sorte que nem sei se mereço. Também nada disto que escrevo faz sentido, mas nada do que vi fez sentido, nada. (…)”
in 100 Nada

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Tanto vento

Estive três semanas de férias entre outras coisas a tentar saber se Portugal existe. Porque não? Há doidos para tudo.

De caminho evitei as cidades, os nossos seculares ajuntamentos. Dei uns pulos a Espanha, incursões rápidas de olhos bem abertos ao que havia para “ver” na raia e obriguei-me a regressar caminhando por distintas fronteiras.
A estremadura espanhola oferece-nos boas estradas de Damasco de trazer por casa, concentrados de deserto para peregrinações relâmpago a lugar nenhum.
fronteira.jpg
“Descobri” que paira uma imensa tempestade de areia pelo nosso país, mas ele existe, persiste e em certos sítios goza com o que escrevo, com o que me apoquenta.
É só areia que o esconde, mas vivesse eu no deserto, estivesse habituado (ou avesado como se diz na Benquerença) e nunca diria “é só areia”. Enfrentar a tempestade é o verbo errado próprio de incautos, distraídos e perdidos. Há que sobreviver-lhe, perceber-lhe os contornos, a direcção, as voltas e contravoltas.

De onde vem este vento, que areia é esta? Um bando de putos brinca sem maneiras, humildade ou humanidade no adro do País e levanta esta poeira desgraçada fustigando os mais próximos primeiro e desorientando todos pouco depois. Há muitos “tipos” à disposição para quem é apanhado pela poeira… Queira escolher o seu.

Aqui pela blogoesfera encontro tudo como deixei, cheio de areia por todos os lados; o Adufe esse já nem se via ao fim de tanto dia sem uma varridela mas nesse caso falo de pó, do pó que cobre as campas pelos séculos o que é uma coisa bem diferente. Como estará o Adufe daqui a três semanas de aprumo? Lançando vento como os demais? Lacrimejando das picadas de areia?

Quem me dera ser sábio para juntar os frutos do saber à vontade de fazer coisas.
Quantos dias conseguirei manter a serenidade que trago das férias? Esta sensação de planar por sobre a poeira perdendo altitude devagarinho à velocidade a que a angústia aumenta.

Sabedoria e inquietação. Não é possível a primeira sem a experiência, nem a segunda sem experimentar, mas as duas juntas… Coisa difícil.

“Se o jovem quisesse e o velho pudesse…onde ficaria o impossível?”

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Ai os marmelos

Conforme prometido ei-los, ontem, nas margens do Moinho – Benquerença.
Damo-lhes mais um mesito para encorparem antes da marmelada, de acordo?marmelinho.jpg

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Blogologia

Um queixoso

(…) informo que procederei a uma queixa-crime contra o(s) autor(es) dessa publicação online [Grande Loja do Queijo Limiano], que conta com vários milhares de leitores diários, pelo que agradeço o envio URGENTE da identificação completa da pessoa que assina sob o pseudónimo de «Manuel», assim como dos restantes membros dessa vossa publicação online, informação essa que será entregue às autoridades competentes.

Jorge Van Krieken in
GLQL

Chegar ao blogue e descobrir que me oferecem um pedacinho de uma queixa-crime nas condições em que esta se tenta sustentar, é triste.
A justiça portuguesa também precisa do auxílio dos litigantes.
Cordiais cumprimentos ao senhor reporter X.

(post em stéreo – também na GLQL)

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Do marmelo aos tomates

Cá estamos limpando o correio acumulado e lendo atentamente todos os comentários.

Antes de mais fica uma dica para o João Costa que por aqui tem passado algumas vezes a propósito deste post: Oficial de marcenaria. Há por lá novidades, é dar o salto ao velho texto e ler os comentários.

Em relação ao “resto”, obrigado pelos votos de boas férias, assim foram felizmente.
Quanto a marmelos digamos que os do marmeleiro ainda estão um pouco atrasados no crescimento. Acho que não se recebe spam com mezinhas miraculosas lá nas berças e os marmelos têm tardado em ficar grandes, firmes e rijos este ano. Marmelada fresca só lá mais para Outubro. Ainda aqui hei-de pôr as imagens recolhidas ontem para que avaliem…
Entretanto há por cá umas bem conservadas caixas da que se fez o ano passado, sem corantes, nem conservantes.

Ou então… Alegremo-nos com o novíssimo e muito cremoso doce de tomate (com as sementes) feito e cedido em duo pelos prestáveis pai e mãe aqui do cachopo 🙂

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Vim encontrar um blogue choramingas

O pai é mau, não é? Até podia ter ido à net e não foi… Pois é, tadinho do menino adufinho. Mas os pais às vezes são assim, deixam os filhos bem entregues ou põem-nos a dormir depois de uma bela história de ninar e vão à vida deles.
O que é ir à vida deles? Isso querias tu saber blogue espevitado. Tudo a seu tempo. E agora vamos lá almoçar no local do costume que já havia uma certa saudade.

Bons olhos os leiam leitores e escrevinhadores “da vizinhança”.