Fujo para o Portugal profundo em busca de um reencontro qualquer (como sempre).
Lembro-me de uma vez ter fugido para a raia e ter passado dois dias a acompanhar um golpe de estado na Rússia colado a um rádio a pilhas, de outra vez, à beira mar, lembro-me da fuga ter resultado na descoberta de um imenso prazer em percorrer desconhecidas estradas absolutamente sozinho com a companhia de uma carta de aventuras disfarçada de mapa.
Amanhã, vou bem acompanhado e por três dias e meio faço de conta que fujo de novo mas sempre com as áspas às costas.
E por isso mesmo, a devida homenagem à palavra, hoje na pessoa de Vicente Jorge Silva de quem reproduzo o último parágrafo da “resposta” a uma esforçada provocação de José Manuel Fernandes no muito seu jornal no Domingo passado:
“(…)A indisponibilidade para a autocrítica e a constatação dos factos confirma uma cegueira que só tem precedentes nas derivas de tipo religioso ou estalinista. Por mais superproduções opinativas que se editem, nada substitui um esforço honesto de lucidez e bom-senso. Nenhuma teoria sobre o providencialismo americano, nenhuma repetição obsessiva das mesmas teses ideológicas estafadas que absolveriam os EUA (protegidos historicamente à direita pelo escudo de Deus) de qualquer erro ou equívoco político e militar, pode apagar o que os nossos olhos vêem.
In Causa Nossa