A propósito do texto anterior comenta o Luis Tito Novais:
“Meu caro Rui,
Com o abraço que, mesmo na divergência, nos tem unido em mais de um ano de blogos, para resposta ao ponto 9.
Os governos são eleitos por legislatura. Mal ou muito mal foi este o governo que democraticamente foi eleito em resultado das legislativas… até 2006, a não ser que Durão saiba, como Guterres (muito criticado) soube na altura, entender que já não tem legitimidade.
Aguardemos, pois.
Sobre o estatuto da oposição tens o diploma disponível no site da Assembleia da República (www.parlamento.pt)
É uma questão de coerência e de civilidade. A mesma que reclamas para a utilização (em abuso de poder) que deram às estatísticas do INE.
Imaginando que o teu voto não foi efectivamente no MPT porque na hora de votar se tem de ser aquilo que nos acusam tantas vezes (racionalistas) também tu, caro Rui, apesar dos pesares, estarás de parabéns.
Palpites de um tugido…”
Caro LNT,
Por “alternativa hoje” não queria que se entendesse destituição do governo (mau português, culpa minha). Queria “apenas” dizer que o PS deveria começar a trazer para o início da sua intervenção que políticas, que acções irá defender num futuro governo para abordar os problemas que já identificou e dos quais boa parte da responsabilidade recai sobre o actual governo.
Por outras, o momento para dizer que é preciso combater o desemprego, não tendo terminado, deve passar a ser SEMPRE complementado pela receita defendida. E não para pedidos de voto em branco. Os jornalistas não dão projecção às políticas do PS? O PS está farta de as enunciar? Mesmo que assim fosse, fazer passar essa mensagem deverá ser o principal desafio a partir de hoje.
Admito contudo que o timming para esta mudança ocorra apenas depois de o congresso legitimar definitivamente o candidato a primeiro ministro. É claro que preferiria que Ferro Rodrigues começasse a sua campanha interna (e externa) já hoje, precisamente por aí promovendo que aqueles que dentro do PS não se revejam nas suas políticas possam vir a falar claro no congresso se assim o entenderem. Sabemos que é preciso fazer política de outra forma. A vitória folgada nestas eleições e a triste cena em Matosinhos poderão ser utilizadas para criar condições de discussão interna com elevação e com projecção no exterior. Se for bem articulada – sem peixeiradas e golpes baixos – só fará ganhar eleitores e no limite poderá beneficiar largamente o país. Uma experiência a que muito poucos se atreveram em 30 anos de democracia mas que vale muito a pena. Se ninguém se convencer que tem algum pássaro na mão quanto às legislativas pode ser que esta tese ganhe adeptos.
Quanto aos parabéns… Confesso que a metade PSD da minha família fez tudo para me convencer durante os últimos dias e conseguiu… Voltei a votar no PS 😉
Se pudesse fazer uma declaração de voto sublinho que não sancionei nenhum secretário geral do PS, votei no projecto de Europa do PS e acabei também por ir na onda do cartão amarelo ao governo… As várias vicissitudes de campanha permitiram-me acreditar que nunca o meu voto poderia ser interpretado como um cheque em branco à actual direcção do PS e isso acabou para contribuir para o voto útil.
O PS ainda não é a minha alternativa de governo. Sou um bocadinho mais exigente face àquilo que me foi oferecido até agora. Entretanto cá vamos fazendo um bocadinho de política.
Um abraço.