So’ lhe resta pedir a demissao” até rimava numas estrofes ali em baixo aí se rimava…

O concidadão João César das Neves, economista, antigo paladino do Cavaquismo e eterno cavaleiro do catolicismo de armadura e montada, em tempos, fez uma proposta de saneamento da classe política que retive na memória.
Se bem me lembro rezava assim (naturalmente acrescentarei o meu pequeno ponto):

Quem se quer propôr a político (fixemos o momento de não retorno na candidatura a um cargo do aparelho de Estado) deveria passar por um momento de reflexão no qual tentaria avivar ao máximo a sua memória focando-se nas eventuais faltas à lei que tenha tido durante a sua existência. Refiro-me a falta conhecidas publicamente e, particularmente, a faltas ainda não conhecidas.
Concluida a reflexão deveria propor a uma entidade superior do nosso quadro judicial (imaginemos o Tribunal Constitucional ou outra instituição de alto gabarito) a avalição dos seus pecados. Deveria confessar-se e aguardar pela penitência.
A penitência poderia passar por um “indulto” compensador para o erário público, se disso se tratasse (ajustar-se-iam, por exemplo, as contas fiscais) e, posto isso, o cidadão seria reabilitado e sairia virgem e inatacável da barra desse tribunal. E ai do orgão de comunicação social que fizesse notícia escandalosa (ou tentasse) com matéria anteriormente “indultada” e já publicitada no decurso do público processo de contrição.
Naturalmente, se o Tribunal considerasse as faltas demasiado graves e sucessivas, de acordo com o enquadramento legal em vigor (imaginemos crimes passíveis de pena de prisão superior a 3 anos), dificilmente o cidadão poderia exercer qualquer cargo político.
Quem, tendo passado por este crivo fosse considerado apto para servir a pátria no aparelho do Estado, viesse a incorrer em alguma infração no decurso de funções deveria ser exemplarmente punido por uma lei particularmente penalizadora, naturalmente. Bem mais do que hoje.

Imaginem os ministros (bispos afinal!) que poderiam te-lo sido sem cairem em desgraça. Imaginem a arrecadação fiscal que não teríamos tido com considerável antecipação. Imaginem o que não se ganharia em transparência, em compaixão, em tolerância, em auto-estima…

Começar de novo. Um fundador contributo do cristianismo à sociedade dos homens.
Será que não há por aqui nada que se aproveite para o nosso dia-a-dia? Para podermos começar de novo?

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