O Crítico musical editou recentemente dois post onde reflecte sobre o uso do automóvel nas zonas suburbanas. Sem entrar em grande verborreia nesta minha entrada, faço o destaque desses post e apresento-me como subscritor quase integral do que lá surge com mais uma achega pessoal.
Morei durante 27 anos na linha de Sintra. Nesse período fiz de pêndulo regular durante cerca de 10 anos, primeiro para frequentar uma licenciatura, depois para me deslocar para o emprego. Em 6 desses 10 anos tive possibilidade de utilizar o automóvel nas deslocações diárias. Só quando era obrigado – muito raramente e geralmente por motivos profissionais – é que o fiz. Sempre preferi o comboio.
Há menos de seis meses passei a alfacinha de facto (já o era de jure). Um estatuto de que me recordo todos os meses no dia em que tenho de pagar a prestação da casa em Lisboa, bem como todos os dias, que tenho a felicidade de ir almoçar a casa. Ou ir passear descontraidamente no final da tarde, etc… Não me lembro nestes cinco meses de ter usado o carro para me deslocar dentro de Lisboa. Minto, usei-o para transportar uma pequena mobília… De resto safo-me bem com o metro, com os autocarros e com as minhas sapatilhas. Alguma coisa tem de mudar na utilização do automóvel. O conforto, o status de usar o automóvel (???) e a ignorância das alternativas têm de deixar de ser desculpas. Gostaria de ver este problema – poluição, saturação, perda de tempo, perda de competitividade económica, acidentes – ser enfrentado com a mesma garra com que colamos fotografias de pulmões deteriorados nos maços de tabaco (não, não sou fumador activo e sim, lá chegaremos às fotografias).
Hei-de voltar a este tema.