Imaginem que vai para diante a ideia de alguns países da área Euro em transformar as moedas de 1 e de 2 Euros em notas. Mais do que na Holanda, na Dinamarca ou na Alemanha, em Portugal, um Euro deveria “ser” um Euro. Um Euro dá para “mandar cantar um cego”, digamos assim.
Quando vamos ao supermercado, contudo, a voz corrente, essa generalidade tão boa para reforçar estes fracos argumentos, parece dizer que perde a noção ao peso do dinheiro, principalmente se não viver com a corda na garganta.
Um litro de leite a um euro é muito? Não parece… Uma moedita, que nem sequer é a maior…
O meu palpite é que estas quantias assumam um valor simbólico mais relevante (talvez inconscientemente) na mente das pessoas. Reflectir-se-á esse efeito no consumo e depois nos preços? Sabemos que para revisões em alta há flexibilidade e para revisões em baixa há rigidez… Mas ainda assim uma nota sempre é uma nota. Será que estatisticamente o INE vai notar alguma coisa em termos de preços no consumidor?
Tinha piada que repetissem o estudo que fizeram aquando da mudança de moeda, caso venha a ocorrer a materialização em papel das actuais moedas de um e de dois euros. Enfim, curiosidades…
Outra curiosidade para reforçar (ou não) a teoria da rigidez das revisões dos preços em baixa seria estudar o efeito da descida da taxa do IVA para os 18% (um fenómeno que provavelmente ocorrerá no ano das próximas eleições legislativas). Se a teoria estiver correcta, o efeito de aumento dos preços quando a taxa subiu não terá contrapartida quando a taxa descer, revertendo esse um por cento directamente para a margem dos comerciantes. Como digo, curiosidades…